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24/10/2008 - 12h35

Professor analisa perfil de candidatos à Prefeitura de Londrina

Da Redação*
De um lado um candidato que defende os interesses da população carente, do outro, um administrador de credibilidade. Assim o professor de ética e filosofia política da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Elve Miguel Cenci, define Antonio Casemiro Belinati (PP) e Luiz Carlos Hauly (PSDB), que disputam o segundo turno da eleição para a Prefeitura de Londrina. Antonio Casemiro Belinati tem ao mesmo tempo um eleitorado fiel e altos índices de rejeição. "Normalmente quando ele disputa a Prefeitura [observa-se] um processo de junção de todos os outros candidados contra a candidatura dele. Ele tende a polarizar a disputa política", diz o professor.

A afirmação pode ser confirmada ao observar as alianças formadas pelos candidatos. A de Belinati é a coligação "A Volta do Povo à Prefeitura", formada por seu partido e pelo PRB. A coligação do outro candidato, Luiz Carlos Hauly (PSDB) agrega um número maior de siglas. A coligação "Londrina Forte e Digna" é composta por PSDB, DEM, PSDC, PRP e PSL.

O candidato do PP já foi prefeito de Londrina por três vezes. Durante um de seus mandatos, em 2000, foi cassado sob acusação de excesso de gastos para divulgar a inauguração de uma obra pública, como forma de usar o episódio para auto-promoção. Ele responde também a ações na Justiça, ainda sem sentença de última instância.

Apesar das acusações contra ele serem lembradas todo o tempo pelos adversários nas campanhas, Belinati foi o candidato mais votado entre os nove que disputaram o primeiro turno com 36,4%.

A explicação, segundo Elve Cenci é o grande apelo popular de Belinati que lhe garante um eleitorado fiel. "O discurso populista angariou ao longo do tempo a adesão de uma parcela do eleitorado que é uma adesão de fidelidade. Então, independente das acusações e processo que esse ex-prefeito responde, esses eleitores e apóiam esse candidato"

O discurso do candidato do PP, Hauly, é considerado mais elaborado e ele não teria o mesmo carisma atribuído ao opositor, na avaliação do professor. "Ele mesmo se apresenta como um candidato mais técnico, como um administrador, supostamente líder de uma equipe mais técnica".

Hauly tem procurado construir antagonismo na propaganda, principalmente nesses aspectos de competência e honestidade, diz Elve. O candidato foi secretário de Finanças do estado do Paraná entre 1987 e 1990 e destaca sua gestão como um período próspero para o Estado.

A chegada de Hauly ao segundo turno foi apertada. Ele obteve 23,6% dos votos enquanto o terceiro colocado, Barbosa Neto (PDT), obteve 22,9%. Em busca da liderança, Hauly tem aumentado o tom das críticas direcionadas ao concorrente.

Para Elve Cenci, quem vencer a eleição terá que vencer ainda o desafio de costurar apoios na Câmara de Vereadores para aprovar projetos. Segundo ele, na última eleição houve grande renovação da Casa, o que garantiu representatividade a maior variedade de partidos.

Nesse cenário, ele avalia que Hauly teria mais chances de construir esses apoios. "Ele tem ao redor de si um grupo mais expressivo de lideranças e de partidos políticos".

*Com Agência Brasil

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