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22/10/2008 - 14h00

Na reta final, disputa até o último voto reserva emoções e pode gerar surpresas nas capitais; veja análise

Diogo Pinheiro
Do UOL Notícias
Em São Paulo
O segundo turno das eleições municipais nas principais capitais reserva expectativa sobre a confirmação ou não de "surpresas" surgidas no resultado do primeiro turno e também a certeza de fortes emoções na disputa voto a voto onde as pesquisas mostram os dois concorrentes praticamente ou tecnicamente empatados. Novas pesquisas a ser divulgadas entre hoje e sábado são ansiosamente aguardadas por eleitores e candidatos, mas a cientista política Lucia Hippolito lembra bem: "Não basta liderar pesquisa: ninguém ganha eleição de véspera."

Na noite de 5 de outubro, já haviam emergido das urnas alguns resultados não imagináveis até algumas semanas antes da votação. Em São Paulo, por exemplo, surpresa: Gilberto Kassab (DEM) terminou em primeiro lugar no primeiro turno, à frente de Marta Suplicy (PT). Em Belo Horizonte, outra surpresa. Apenas dois pontos percentuais separaram Leonardo Quintão (PMDB) de Márcio Lacerda (PSB), que nas semanas anteriores era apontado como favorito no primeiro turno.

Veja o comentário de Lucia Hippolito

Em Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre, se não ocorreram surpresas, não faltou emoção. João Henrique e Walter Pinheiro terminaram o primeiro turno empatados e desbancaram ACM Neto (DEM), herdeiro do carlismo, na reta final da disputa do primeiro turno. Em Porto Alegre, Maria do Rosário (PT) se distanciou de Manoela Dávila (PC do B) e avançou para o segundo turno na disputa com José Fogaça (PMDB). No Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB) terminou à frente de Fernando Gabeira (PV), que, depois de começar sem força nas pesquisas, deu uma arrancada nas semanas finais da campanha no primeiro turno. No Rio, iniciada a campanha no segundo turno, os protagonizam o duelo mais equilibrado da disputa nas capitais.

Dezoito dias depois e a quatro de uma nova votação nestas capitais, pesquisas apontam vantagem um pouco mais folgada para Kassab e Fogaça. João Henrique tem ligeira vantagem sobre Pinheiro. Gabeira e Paes, no Rio, e Lacerda e Quintão, em Belo Horizonte, estão tecnicamente empatados. Mas quem apostar nas pesquisas pode ser surpreendido mais uma vez. "Nesta última semana de campanha, não basta o candidato estar liderando as pesquisas. Ninguém ganha eleição de véspera. Teremos finais emocionantes", prevê Lucia Hippolito ao analisar as estratégias de campanha de marqueteiros e candidatos na reta final da disputa.

O alerta serve para os candidatos que disputam o segundo turno nas 30 cidades do país onde haverá segundo turno. São 11 capitais e 19 municípios com mais de 200 mil eleitores e onde a disputa não se resolveu no primeiro turno. Cerca de 27 milhões de eleitores, 21% do eleitorado brasileiro, estão aptos a votar no próximo domingo.

Porto Alegre

Na reta final da campanha, Maria do Rosário não conseguiu levar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a campanha, mas ganhou o apoio de Chico Buarque. "Em Porto Alegre, o PT meio que jogou a toalha. Viu que será difícil alcançar o candidato do PMDB", analisa Hippolito. "Maria do Rosário não pode jogar a toalha. O eleitor gosta do candidato que luta até o último voto", diz a colunista.

Sem a presença de Lula, Chico Buarque grava para Maria do Rosário


Segundo Hippolito, José Fogaça, que tenta a reeleição, deve adotar uma estratégia de cautela nos últimos dias de campanha. "Ele tem que segurar seus aloprados, aquela gente que acha que vai ajudar o candidato e acaba fazendo bobagem. Não pode ser arrogante, não pode andar com salto alto", diz a colunista.

São Paulo


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Na capital paulista, o atual prefeito, Gilberto Kassab, mantém a vantagem mesmo após a campanha de Marta Suplicy questionar a vida pessoal do candidato do DEM e de o presidente Lula investir seu capital político na disputa.

"Mesmo assim, Marta não pode abandonar a luta. Ela é uma mulher de luta, uma mulher aguerrida, que luta até o final e precisa manter a tropa e mostrar que se ela não ganhar esta eleição, ela pode ganhar outra", afirma Hippolito. "O prefeito tem que tomar muito cuidado. Não pode encomendar o terno da posse. Um escorregão pode dar problemas", diz a colunista.

Salvador

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Na capital baiana, institutos de pesquisas apontam resultados diferentes na disputa entre João Henrique, que tenta a reeleição, e Walter Pinheiro. É por isso que, segundo Hippolito, os petistas apostam todas as fichas em Salvador, diferentemente de Porto Alegre e São Paulo.

"Os petistas estão considerando que Salvador é a mãe de todas as batalhas. Se o PT consegue uma vitória em Salvador, isso fortalece o governador Jaques Wagner [do PT], que teve uma vitória importante em 2006, isolando o carlismo na Bahia. Uma vitória de seu 'afilhado' o credencia como alternativa para 2010, caso a candidatura Dilma [Rousseff, ministra da Casa Civil] não decole", afirma Hippolito.

Rio de Janeiro

  • UOL

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Com a disputa mais acirrada entre as principais capitais do país, a campanha do Rio de Janeiro foi marcada por uma série de debates entre Fernando Gabeira e Eduardo Paes. Nos últimos dias, o tom subiu com ataques, principalmente, contra Gabeira.

"A disputa no Rio será voto a voto. As posições dos dois candidatos não se alteraram desde o começo do segundo turno. Tendo em vista que os votos nulos e brancos, e também o número de indecisos, reduziram muito, um candidato tem que tirar voto do outro, tem que ir para cima do eleitor do adversário", afirma Hippolito.

Para a colunista, o comportamento dos candidatos no último debate, na sexta (24), pode fazer a diferença.

Belo Horizonte

Como no Rio, Hippolito aponta como indefinida a disputa em Belo Horizonte. Márcio Lacerda, favorito no primeiro turno, foi surpreendido por Leonardo Quintão que, para ela, é o fenômeno das eleições municipais de 2008. No segundo turno, pesquisas apontam vantagem do candidato do PMDB, mas, levantamento divulgado nesta quarta, já aponta empate entre os concorrentes.

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"Belo Horizonte está estranho. Há um sentimento de que a eleição não está definida. De um lado, o governador Aécio Neves [PSDB, que apóia Lacerda] está arregaçando as mangas pelo seu candidato. Do outro lado, há uma série de aspectos da biografia de Quintão e dos apoios que ele está recebendo que estão sendo questionados. Há ataques de lado a lado. O clima em BH esquentou muito na última semana. As hostes de Quintão estão tentando administrar a vantagem, e a tropa de Lacerda está tentando virar o jogo", diz Hippolito.

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