Com 100% das urnas apuradas, as eleições permanecem indefinidas em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. Rosinha Garotinho (PMDB) obteve 78,1% dos votos válidos, que desconsideram votos em branco ou nulos, mas sua vitória no primeiro turno será decidida pelo Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deve julgar o destino dos votos de Arnaldo Vianna (PDT) nesta segunda-feira (6).

Vianna teve a candidatura impugnada e teve seus votos incluídos entre os 122.511 nulos (44% do total), por isso aparece com o resultado zerado na apuração da Justiça Eleitoral. O pedetista, que já foi vereador (de 1993 a 1996), vice-prefeito (de 1996 a 1998) e prefeito interino (de 1998 a 2000) do município, é réu em seis processos transitados em julgado referentes a prestações de contas e relatórios de inspeção. O nome dele aparece na lista de inelegibilidades do Tribunal de Contas do Estado e sua impugnação foi recomendada pela Procuradoria Eleitoral e aguarda decisão de recurso pelo Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em declaração à imprensa, o ministro Carlos Ayres Britto, adiantou que o processo não foi julgado na quinta-feira (2) por fálta de quórum, uma vez que o pedido de impugnação da candidatura corre junto com outro, de cassação de diploma parlamentar, que tem base constitucional e requer a presença de todos os ministros titulares na sessão.

"Eu devo convocar uma nova sessão extraordinária para segunda-feira e o assunto deve entrar na pauta", afirmou o ministro, sem entrar em detalhes.

Ao votar, Rosinha, havia dito que o pedido de registro da candidatura de Vianna será indeferido, mas o pedetista declarou-se confiante:

"Já me sinto vitorioso quando meus adversários dizem que vou ser cassado. Acredito no deferimento do meu pedido de registro e jamais gostaria de ganhar no tapetão. As forças do bem vão se unir para ganhar essas eleições", rebateu.

Se os votos dados a Vianna, neste domingo (5), forem validados pelo TSE, a disputa pelo maior município em extensão territorial do estado e maior produtor de petróleo do país vai para o segundo turno. Embora não se saiba exatamente a porcentagem de votos nulos que correspondem ao pedetista, a sua inclusão no total de válidos levaria o resultado de Rosinha para menos dos 50% necessários para uma vitória imediata.

Ao longo da campanha, os dois seguiam em empate técnico com leve vantagem da ex-governadora desde a primeira pesquisa do Ibope, no final de agosto, quando apareciam, respectivamente, com 37% e 36%. Com oscilações para cima ou para baixo, eles se mantiveram estáveis nesse patamar, distante dos demais candidatos.

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