Um "tiroteio" marcou o segundo
debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, realizado na noite desta quinta-feira (11) na TV Bandeirantes. Leia abaixo como foram os bastidores.
Em cima do muroA ausência do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ajudou a solucionar um problema logístico para a produção do debate. É que as poltronas dos convidados no estúdio foram divididas por partidos e coligações. Nesse caso, haveria sempre a dúvida aonde o tucano iria se posicionar.
Em cima do muro 2Até agora, Serra, que incentivou a candidatura de Kassab, teve apenas uma aparição pública ao lado de Alckmin desde o início da campanha. O fato inédito aconteceu a 25 dias do primeiro turno, na noite desta quarta-feira (10), num jantar que reuniu a cúpula paulista do PSDB.
TrupeDebate também é um momento de mostrar força política atrás das câmeras. Cada candidato apresenta os seus "apoiadores" na platéia. Kassab exibiu Orestes Quércia, símbolo do acordo firmado com o PMDB, e Marta teve o apoio de Ricardo Berzoini, presidente do PT. Sérgio Guerra, presidente do PSDB, não compareceu. A justificativa foi um comício em Pernambuco.
Lições de rebeldiaNum encontro morno, os políticos aproveitam para tirar ao menos algumas lições partidárias. Uma delas é a de que a existência de correntes internas não é mais privilégio do PT. Os tucanos-kassabistas, uma ala dissidente que até hoje não engoliu a candidatura de Alckmin, não deram as caras no debate.
Realidade do marketingEnquanto os convidados e políticos estavam acomodados nas poltronas, alguns jornalistas optaram por permanecer em pé, na tentativa de obter informações dos bastidores do duelo. Local escolhido? Atrás dos marqueteiros dos principais candidatos.
Afogados em númerosHá uma explicação do porquê do telespectador se sentir "afogado" em números apresentados pelos candidatos. Nas coxias, os marqueteiros têm em mãos planilhas e dados comparativos sobre a administração de seus pupilos.
Pit stopOs intervalos do debate são um espetáculo à parte. Assim que entra o aviso do break, marqueteiros, assessores e maquiadores cercam o candidato no intuito de dar os últimos toques e retoques na imagem transmitida ao telespectador. Eles atacam em frentes: o conteúdo e a aparência. Não necessariamente nessa ordem.
Gato escaldadoO senador Eduardo Suplicy (PT), que havia ficado sem poltrona no primeiro debate da Band, dessa vez estava mais precavido. Ele entrou meia hora antes no estúdio, escolheu um lugar no setor petista e não arredou mais o pé.
Que sono!Enquanto em frente às câmeras oito candidatos à Prefeitura de São Paulo debatiam propostas --ou trocavam provocações--, atrás, na platéia, alguns convidados não resistiam ao sono e tiravam "cochilos" breves.
Foi o caso do senador Eduardo Suplicy (PT) e da vice-candidata de Gilberto Kassab, Alda Marco Antônio (PMDB).
Fotógrafos também flagaram bocejos do novo marqueteiro da campanha tucana, Raul Cruz Lima.
Deu ligaNa sua primeira intervenção no debate, Kassab (DEM) plagiou o bordão utilizado por Soninha (PPS): "São Paulo tem jeito". Lisonjeada, Soninha olhou para os assessores e abriu um sorriso.
"O amor é lindo"A sintonia de Soninha com Kassab, aliás, gerou "comoção" entre os petistas. Após a candidata do PPS elogiar a política ambiental de Kassab, o deputado martista Adriano Diogo não se conteve: "O amor é lindo", disse. Soninha trocou o PT pelo PPS e os petistas a acusam de infidelidade partidária.
GosteiEnquanto Alckmin desferia ataques contra a gestão Kassab na área do transporte, o atual marido de Marta, Luis Favre, fazia sinal positivo com a cabeça.
Fogo brandoO debate desta quinta-feira iria "pegar fogo". Pelo menos era essa a promessa dos anúncios publicitários veiculados pela Band. Na prática, entre pequenas alfinetadas e provocações, a teoria foi outra.
FolcloreO empresário da noite Oscar Maroni, a estridente doutora Havanir e Osmar Lins ("Peroba Neles") ajudaram a colorir o folclore político do debate.