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11/09/2008 - 20h14

Tropas são paliativo e tráfico e milícias vão voltar, diz presidente do TRE-RJ

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente em exercício do TRE, Alberto Motta Moraes, reconheceu nesta quinta-feira que a atuação das Forças Armadas nas eleições do Rio de Janeiro é um paliativo e que o tráfico e as milícias vão voltar às comunidades assim que as tropas saírem.

Ao avaliar o primeiro dia de atuação das Forças Armadas em cinco favelas da capital para combater os currais eleitorais, Moraes disse que a segurança oferecida é relativa, pois os militares ficarão no máximo três dias em cada uma das comunidades.

"Temos a certeza de que, retiradas as tropas dali, é lógico que o traficante vai voltar, o miliciano vai voltar (a pressionar os eleitores)", admitiu.

"Não fomos levar o remédio para curar a doença... é um abafa que está sendo feito e vamos tentar transmitir o mínimo de segurança ao eleitor", acrescentou Moraes.

Segundo Moraes, a segurança que o eleitor pode ter é a do sigilo do seu voto.

"O voto é do eleitor e ele é absolutamente secreto. É o eleitor que pode garantir a segurança do voto", afirmou o presidente do TRE.

Moraes avaliou como "positivo, satisfatório e tranquilo" o primeiro dia de atuação das tropas no Rio, sem confronto ou ameaça de conflito com traficantes ou milicianos.

"Isso já era esperado. Não houve problema nenhum até porque as Forças Armadas adotaram a estratégia de divulgar antecipadamente os locais de ocupação", disse ele.

No dia da eleição, as tropas militares estarão também espalhadas por outros pontos da cidade para garantir a circulação de eleitores, candidatos e jornalistas e para evitar mais pressão de traficantes e milicianos sobre o eleitorado

Outra medida será a proibição do uso de celulares com câmeras nas cabines de votação no dia da eleição. O Tribunal recebeu denúncias de que traficantes e milicianos estariam obrigando eleitores a fotografarem seu voto.

"Vamos proibir, mas não sabemos como isso será feito porque o mesário na pode revistar um por um", ressaltou.

O juiz eleitoral Luiz Márcio, que controla a propaganda eleitoral no Estado, disse que ficou surpreso no primeiro dia de operações nas favelas ocupadas pelas Forças Armadas com o grande volume de material irregular apreendido. Ao menos uma tonelada foi recolhida das cinco favelas, quantidade suficiente para encher quatro caminhões baú.

"Era material fora dos padrões e das regras, como estabelecimentos comerciais, associações, clubes, igrejas e até residências que faziam a propaganda do lado de fora, o que é proibido", disse o juiz.

O TRE também definiu locais específicos nas comunidades ocupadas onde candidatos podem fazer comícios e corpo-a-corpo com garantia de segurança da Forças Armadas.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

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