A ONG Transparência Brasil divulgou na tarde desta segunda-feira (4) o percentual de quanto aumentou o patrimônio de candidatos às eleições de outubro, e que concorreram dois anos atrás. Segundo a ONG, a média de crescimento é de 46%.

A Organização divulgou o patrimônio do candidato em 2006 e o atual patrimônio declarado por 180 integrantes das Câmaras Municipais das capitais dos estados e por 255 deputados federais, senadores e deputados estaduais que concorrem a cargos de vereadores, prefeitos ou vice-prefeitos.

Um desses casos é o do senador Marcelo Crivella (PRB), candidato a prefeito do Rio de Janeiro. O aumento apurado foi de 131,7%, e o patrimônio de Crivella passou de R$ 78.080,91 para R$ 180.900,00. "O salário de senador é de R$ 16 mil por mês (bruto). Está tudo declarado e com esse salário, o aumento é compatível", informou o senador, por meio de sua assessoria de imprensa.

Outro caso é o da vereadora Soninha, candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo. A lista da Transparência Brasil diz que o patrimônio de Soninha cresceu 128,3%, passando de R$ 57.721,18 para R$ 131.776,00. "É claro que, quanto menor o patrimônio original, mais fácil aumentar de tamanho. O que aconteceu de muito decisivo para mim foi que no último ano fui apresentadora do programa Saia Justa (do canal pago GNT) que me pagava por mês o mesmo que eu ganhava nos meus outros empregos, juntos. Nesse período, o meu rendimento mensal quase que dobrou", declara Soninha.

Outro que tem um dos mais altos aumentos na lista da ONG é o deputado estadual Raul Marcelo, candidato do PSOL à Prefeitura de Sorocaba, interior de São Paulo. "Essa é uma piada de mau gosto da Transparência Brasil. Eu tinha um carro Uno e agora tenho um Gol financiado e um apartamento financiado", comenta ele, cujo patrimônio passou de R$ 26 mil para R$ 103 mil, o que equivale a um aumento de 296,2%. "O pessoal da ONG tinha que ter mais critério. Até um desempregado consegue financiar um apartamento. Agora torço para que esse dado não seja utilizado pelos meus adversários", completa.

A ONG também fez o cálculo médio dos patrimônios dos candidatos. "Dos vereadores que foram candidatos em 2006, 15 declararam não possuir bens naquele ano, mas em 2008 atingiram a média de R$ 108 mil cada", informa o site da Transparência Brasil.

Os 663 vereadores em exercício nas 26 capitais brasileiras, e que tentam a reeleição, declararam patrimônio médio de R$ 377 mil.
A ONG utilizou dados declarados pelos candidatos à Justiça Eleitoral. A lista dos valores e percentuais de crescimento do patrimônio, podem ser consultadas no site ww.excelencias.org.br.

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