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11/07/2008 - 20h08

Dissidentes do PT oficializam apoio a Jô Moraes (PC do B) em Belo Horizonte

Rayder Bragon
Especial para o UOL
Em Belo Horizonte
Um dia após o lançamento oficial da campanha de Marcio Lacerda (PSB) para a disputa da prefeitura de Belo Horizonte, chapa que evidencia a união entre PT e PSDB costurada pelo governador Aécio Neves (PSDB) e o prefeito Fernando Pimentel (PT), militantes petistas contrários ao acordo oficializaram na sede do PC do B, em Belo Horizonte, apoio à candidatura da deputada Jô Moraes (PC do B) para o pleito de outubro.

Com discurso pronto contra uma possível retaliação da Executiva Nacional do PT, que poderá eventualmente punir os filiados que não apoiarem o candidato da coligação formal feita em Belo Horizonte, ou seja, a chapa composta por Marcio Lacerda (PSB) e Roberto Carvalho (PT), os dissidentes petistas presentes ao encontro disseram que irão participar de forma ativa na campanha de Jô Moraes e não temem represálias. Para eles, quem desobedeceu ao veto imposto pela instância nacional ao apoio formal tucano na coligação PT/PSB fora o grupo petista ligado a Pimentel por aceitar a presença de Aécio Neves ao lado do prefeito no mesmo palanque durante o lançamento da campanha de Lacerda.

Segundo Jésus Lima, ex-prefeito de Betim (cidade pólo da região metropolitana de Belo Horizonte), o evento de ontem impulsionou a decisão tomada hoje por eles.
"Ontem a informalidade foi quebrada, foi claramente formal. O casamento foi feito e eles estão descumprindo a resolução que o partido em nível nacional determinou. Então, juridicamente, fica mais fácil para esses companheiros aqui presentes poderem participar e eleger a Jô", disse.

Lima disse que a forma de apoio a Jô Moraes será nos moldes consagrados pelo PT em outras eleições. "Vamos apoiá-la de todas as formas que estiverem ao nosso alcance. (Vamos) ir para a rua pedir voto. Hoje, eu sou professor universitário e onde trabalho já estou pedindo voto para a Jô", disse.

Já o ex-deputado Rogério Correia disse que não há desrespeito a nenhuma formulação imposta pela Executiva Nacional e deu números ao apoio oferecido a Jô Moraes. "A direção nacional pode ficar certa em que nós acompanharemos a decisão dela (veto ao apoio formal dos tucanos), nós não estaremos com o PSDB e o PPS. Precisávamos evidentemente fazer uma escolha, e a escolha lógica era a escolha da candidata Jô Moraes, com quem temos toda a afinidade. Ela não terá não terá a aliança do PT como partido, mas terá o apoio dos militantes. Se ela aparece hoje com intenção de voto em cerca de 20%, 10% desse valor com certeza é da militância petista", afirmou.

Militantes petistas distribuiram adesivos durante a reunião em que a frase "Jô é mais PT" podia ser lida.

Reafirmação Programática

Em seu discurso, a candidata do PC do B se referiu ao encontro com os petistas como uma reunião de "reafirmação programática" por entender que a militância entre os partidos se assemelha.

Segundo a deputada, o passado de afinidades que uniram PT e PC do B pode retornar com o apoio prometido hoje pelos petistas para a campanha dela. "Esse não é um encontro eleitoral, é um encontro de reafirmação programática. Nós temos muito em comum, nós do PC do B, do PT e do PRB (partido coligado formalmente com o PC do B). O nosso passado de militância tem de ser resgatado, e nós vamos fazer isso com o apoio dado hoje e durante a nossa caminhada", frisou.

A candidata fez questão de salientar a doutrina que permeará sua campanha até outubro. "Alguns dizem que a esquerda acabou. A esquerda não acabou, ela existe sim, a esquerda está ao lado do povo, e é por ela que nós vamos lutar a partir de hoje," finalizou.

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