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29/06/2008 - 16h15

Sob imagem de Lula, Marta lança candidatura em São Paulo

Rosanne D'Agostino
Em São Paulo
Sob o slogan "Deixa ela trabalhar", em referência ao jingle que ficou famoso nas campanhas de Lula, e em frente a um banner com a foto do presidente, Marta Suplicy (PT) e Aldo Rebelo (PCdoB) tiveram a chapa homologada em convenção do partido neste domingo (29) para concorrer à Prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de 2008.

Anunciada como a "futura prefeita", Marta tomou o palanque ensaiando um forró, o mesmo ritmo do velho novo jingle. Com pouca maquiagem e roupa simples, a exemplo da imagem que estampa seus cartazes, a agora candidata criticou a gestão Serra-Kassab e defendeu um plano de governo baseado em propostas para o caos do trânsito, para a saúde e para a educação.

"São Paulo vai mudar. A população está cansada do modelo de enrolação social e das soluções de faz de conta", disse Marta, que também fez questão de atrelar o nome de Gilberto Kassab (DEM) à administração do ex-prefeito Celso Pitta, de quem ele foi secretário.

As bandeiras da chapa, batizada como "Uma nova atitude para São Paulo", são o transporte, a saúde e a educação. "O trânsito é um inferno particular e coletivo de todo paulistano. A saúde nunca teve alta", disse Marta, que também garantiu que vai continuar os projetos de quando foi prefeita, como o Bilhete Único e os CEUs.

Finalizados os discursos, as principais lideranças petistas reuniram-se no palco. Marta e Aldo Rebelo à frente e, um pouco atrás, Eduardo Suplicy, que chegou a cochichar no ouvido de Marta. Ao contrário do atual marido, Luiz Favre, que aguardou o evento nos bastidores, o ex fez campanha e rasgou elogios à Marta.

Polêmicas
Mesmo sem ter comparecido à convenção, a presença de Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força, pôde ser sentida pelos cerca de 1.300 presentes ao Expo Barra Funda, zona oeste da capital. A aliança com o bloquinho (PCdoB, PSB, PDT, PTN, PRB) causou polêmica durante a aprovação das propostas de governo.

"Para quê fazer alianças com o PDT? Nós temos que ser contra. Um partido para fazer aliança com o PT tem que ser voltado ao movimento social e não a pessoas como Paulinho da Força, que só trazem podridão ao partido", disse Marta. O vice da chapa, Aldo Rebelo, defendeu a coligação, que chamou de "vitória política". "Vamos enfrentar dificuldades e vamos vencer", disse Aldo.

Campanha
Outra ausência, a do presidente Lula, foi explicada por membros do partido. "O presidente estará ao lado de Marta nessa campanha. O segundo governo de Marta será ainda melhor do que o primeiro", disse o senador Aloizio Mercadante.

O deputado federal Jilmar Tatto (PT) afirmou que Lula não pode antecipar o processo eleitoral. Sobre a aliança com o bloquinho, Tatto afirmou que a chapa é ideal, principalmente quando se pensa em 2010, ano da eleição presidencial.

Rejeição
Na última pesquisa do Ibope, de 25 de junho, Marta aparece com 31% das intenções de voto. Geraldo Alckmin, do PSDB, aparece com 25%. Tecnicamente, há um empate entre os dois candidatos porque a margem de erro da pesquisa é de quatro pontos, para mais ou para menos. Marta é também a candidata que tem o maior índice de rejeição. De acordo com a pesquisa, ela é rejeitada por 32% dos entrevistados.

Sobre esse índice de rejeição, Jilmar Tatto, durante a convenção, disse que é natural. "O PT é um partido polêmico, mas a campanha buscará reverter isso", disse. Ele também citou uma das figuras Marta quer esquecer, a de prefeita das taxas. "Foi errado, não conversamos com quem deveríamos ter dialogado, mas hoje a economia está melhor e não será mais preciso aumentar impostos", garantiu.

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