UOL Eleições 2008 Salvador

 
Fábio di Castro/Divulgação

João Henrique (PMDB) é reeleito prefeito de Salvador

Veja fotos da campanha

João Henrique

  • Partido: PMDB
  • Idade: 49 anos
  • Local de nascimento: Salvador (BA)
  • Profissão: não declarada
  • Patrimônio: R$ 606.664,27

A prefeitura deve estar em harmonia, de forma respeitosa, com o governo estadual e o governo federal. A relação institucional deve ser mantida e deverá ser mantida no que depender de mim e da população de Salvador. As obras em parceria com o governo estadual vão continuar. É impossível essas esferas do poder não se conectarem

Manuela Martinez
Especial para o UOL
Em Salvador



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O prefeito João Henrique Carneiro (PMDB) derrotou o deputado federal Walter Pinheiro (PT) na disputa pelo segundo turno em Salvador e garantiu mais quatro anos à frente da administração da primeira capital brasileira. O peemedebista é o segundo prefeito a permanecer no cargo por dois mandatos consecutivos -o primeiro foi o tucano Antonio Imbassahy (1997-2004), que também disputou as eleições deste ano.


Boca-de-urna realizada neste domingo (26) apontava a vitória do prefeito. O mais recente levantamento do Datafolha também mostrava João Henrique na frente. No último debate destas eleições, o candidato disse que conta o apoio de Deus, dos eleitores e dos 17 partidos que apóiam a sua candidatura.


Filho do senador João Durval Carneiro (PDT), o prefeito reeleito fez uma composição "mais à direita" no segundo turno para superar o seu adversário, ao aceitar os apoios do deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto, que disputou o primeiro turno da eleição pelo DEM, do ex-governador Paulo Souto (DEM) e do senador César Borges (PR), três políticos que construíram as suas carreiras sob a liderança do senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007).


Ao lado do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), o maior articulador de sua campanha, João Henrique conseguiu reverter em menos de cinco meses o elevado índice de rejeição usando um artifício -intensificou as obras a partir de abril, quando o seu nome já era cogitado para disputar a reeleição.


No primeiro turno, João obteve 402.684 votos (30,97% dos válidos), chegando à frente de seus quatro adversários: Walter Pinheiro (PT), ACM Neto (DEM), Antonio Imbassahy (PSDB) e Hilton Coelho (PSOL).


As 5 principais promessas

  • 1. Ampliar a cobertura de Postos de Saúde da Família para toda a população carente
  • 2. Implantar o Projeto Turno Integral e Integrado nas escolas municipais e criar o Projeto Escola de Pais
  • 3. Ampliar o efetivo para três mil guardas e instalar câmeras em toda a frota de ônibus
  • 4. Ampliar programa de iluminação pública e de asfaltamento e dobrar o programa de habitação
  • 5. Rede própria de fibra ótica e Internet sem fio para ampliar e melhorar os serviços online

Durante a campanha, o peemedebista também superou o "trauma" do rompimento com o PT, partido que o apoiou desde que tomou posse, em 2005, até março último. Em seus programas eleitorais, João Henrique procurou passar uma imagem de "amigo" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e creditou parte de suas realizações ao governo federal.


Para explorar a imagem do presidente, o prefeito também teve de brigar com o PT do deputado Walter Pinheiro, que ingressou na Justiça Eleitoral com várias ações exigindo exclusividade neste tipo de ação. No segundo turno, acusou Pinheiro de tentar impedi-lo de usar a imagem do maior cabo eleitoral do PT.


Estratégia


Como estratégia para chegar ao segundo turno, o prefeito reeleito praticamente "ignorou" ACM Neto, Pinheiro e Hilton Coelho na maior parte dos programas eleitorais da primeira fase da disputa. Sob orientação de seus marqueteiros, João Henrique procurou descaracterizar as duas administrações de Antonio Imbassahy, alegando que as obras realizadas neste período foram, na realidade, bancadas pelo governo estadual.


Os ataques a Imbassahy deram resultado e o tucano despencou nas pesquisas. Com Imbassahy "pré-eliminado" da disputa, João Henrique voltou suas atenções para Walter Pinheiro e ACM Neto.


No final da campanha do primeiro turno, quando o governador Jaques Wagner gravou uma mensagem de apoio a Pinheiro, João Henrique passou a veicular em seus programas parte de um discurso do próprio governador em sua convenção. No discurso, Wagner fez elogios ao prefeito e disse que uma eventual vitória de João Henrique o deixaria muito feliz.


No segundo turno, João Henrique explorou ainda a imagem de "tocador de obras" e foi beneficiado pela disputa no segundo turno envolver dois candidatos da base do governo federal. Com isso, o presidente Lula não veio à capital baiana e também não gravou nenhuma mensagem de apoio para Walter Pinheiro.


Perfil


Deputado estadual por duas legislaturas, João Henrique Carneiro ganhou popularidade em Salvador recorrendo às liminares. Para cada decisão provisória expedida pela Justiça, o então deputado "comemorava" com publicidade, espalhando outdoors pela cidade e fazendo inserções em rádio e televisão.


O que você achou da
reeleição de João Henrique?

Na prefeitura, em seu primeiro mandato, João Henrique deixou as liminares de lado, mas não abandonou a propaganda. Em pouco mais de três anos, gastou R$ 61,5 milhões em publicidade, montante praticamente igual ao que foi gasto pelo seu antecessor, Antonio Imbassahy, em oito anos de administração (R$ 62,2 milhões).


A popularidade adquirida na época em que atuou como deputado estadual foi fundamental para João Henrique derrotar o ex-governador César Borges, na época filiado ao PFL (que se transformou no DEM), em 2004. Na prefeitura, trabalhou nos bastidores para eleger sua mulher, Maria Luiza, deputada estadual (PMDB), o irmão, Sérgio Carneiro (PT), deputado federal, e o pai, João Durval, senador pelo PDT.


Foi no PDT que João Henrique chegou à prefeitura pela primeira vez. No entanto, o prefeito reeleito iniciou a sua carreira como vereador em Salvador pelo PFL, partido controlado na Bahia pelo senador Antonio Carlos Magalhães. "Segui a orientação do meu pai, que na época fazia parte do grupo carlista. Mas logo no primeiro mandato rompi e passei para a oposição", disse o prefeito.


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