“O motivo são dois e-mails enviados de um e-mail particular? Eu, candidato, não tenho influência nenhuma. Eu não articulei, não mandei, não coordenei. Por isso eu não vou poder participar das eleições?”
“Nós mudamos a vida das pessoas mais pobres. A esperança voltou”
O prefeito eleito do Recife, João da Costa (PT), iniciou sua campanha praticamente desconhecido pela população. Cresceu gradativamente nas pesquisas de intenção de voto apoiado pelo presidente Lula (PT), pelo governador Eduardo Campos (PSB) e o pelo prefeito João Paulo (PT). Venceu as eleições no primeiro turno concorrendo sub judice e terá que confirmar a vitória na Justiça, pois responde a processo por uso da máquina pública.
João da Costa, 47, é natural do município de Angelim, no Agreste pernambucano. É casado com Marília Bezerra e pai de João Victor, 6. Ingressou na vida política pelo movimento estudantil, quando cursou Administração e Agronomia, nas universidades Federal e Federal Rural de Pernambuco. Foi diretor e presidente de diretórios acadêmicos, chegando até a diretoria da União Nacional dos Estudantes (UNE), na década de 80.
João da Costa foi eleito com o discurso de continuidade ao projeto iniciado pelo atual prefeito recifense, o também petista João Paulo. Foi através de João Paulo que o prefeito eleito iniciou na vida pública, tendo sido assessor parlamentar do padrinho e indicado para o cargo de secretário municipal de Planejamento e Orçamento Participativo, em 2001.
"Meu compromisso com a população do Recife é aprofundar a grande mudança iniciada por João Paulo. Essa mudança mudou a face da nossa cidade e melhorou a vida das pessoas. Não é à toa que essa gestão chega ao seu final com mais de 60% de aprovação popular", diz João da Costa.
João da Costa, contudo, terá pouco tempo para comemorar a expressiva vitória eleitoral. O petista precisa preparar sua defesa para o julgamento de uso da máquina pública, que será julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco ainda na primeira quinzena de outubro.
João da Costa foi condenado em primeira instância pelo juiz Nilson Guerra Nery, da 8ª Zona Eleitoral do Recife. O magistrado determinou a cassação do registro da candidatura do petista e o condenou a três anos de inegibilidade.
Nery considerou grave a denúncia formulada pelo Ministério Público de que funcionários ocupantes de cargos comissionados da Secretaria Municipal de Educação teriam usado computadores da prefeitura para enviar mensagens de cunho eleitoral a outros servidores. Esses computadores foram periciados pela Polícia Federal, que comprovou o uso indevido.
"Não temos como controlar mais de 30 mil servidores municipais, muitos deles que livre e espontaneamente apóiam a minha candidatura. Foi uma ação isolada e, por isso mesmo, acredito que a decisão de primeira instância será revogada no TRE", diz João da Costa.