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Maria do Rosário

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05/10/2008 - 20h11

Maria do Rosário vai para o segundo turno contra José Fogaça

Flávio Ilha
Especial para o UOL
Em Porto Alegre


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Com uma arrancada impressionante nas duas últimas semanas de campanha, a deputada federal Maria do Rosário, candidata do PT à Prefeitura de Porto Alegre, vai enfrentar o atual prefeito José Fogaça (PMDB) no segundo turno das eleições, daqui a três semanas.

Rosário superou sua principal adversária, a comunista Manuela D'Ávila (PC do B), na reta final da disputa. Logo depois de confirmada como adversária de Fogaça no segundo turno, a petista disse que vai buscar o apoio de Manuela. "Queremos construir um grande diálogo que caminhe pela esquerda", disse a candidata.

Atrás nas principais pesquisas eleitorais durante boa parte da campanha, a petista começou a reagir depois que o PT passou a considerar estratégica a eleição em Porto Alegre.

Desde a redemocratização (em 1985) que o partido sempre disputa a eleição na cidade em condições de vencer. Naquele ano, o atual deputado estadual Raul Pont (PT) ficou em terceiro lugar na disputa para a prefeitura, atrás de Alceu Collares (PDT) - que seria eleito para um mandato-tampão de três anos - e Carrion Júnior (PMDB).

Na disputa seguinte, o sindicalista Olívio Dutra foi eleito com pouco mais de 34% dos votos numa disputa acirrada com Collares e iniciou a sucessão de quatro mandatos petistas em Porto Alegre, que se seguiriam com Tarso Genro (1992), Raul Pont (1996) e de novo Genro (2000).

Quem merece a prefeitura?


O PT administrou a capital gaúcha durante quatro gestões consecutivas, de 1989 a 2004. A hegemonia do partido foi quebrada somente com a eleição de José Fogaça (então filiado ao PPS), em 2004, depois de uma disputa com Raul Pont.

Agora no segundo turno, Rosário terá de correr atrás de Fogaça, que lidera todas as pesquisas. O prefeito classificou sua vantagem eleitoral sobre a candidata petista como "esmagadora". "A votação esmagadora não foi do José Fogaça, mas da base de apoio que construímos", afirmou.


José Fogaça de Medeiros

  • Partido: PMDB
  • Idade: 61
  • Profissão: advogado
  • Naturalidade: Porto Alegre (RS)
  • Patrimônio: R$ 508 mil

As 5 principais promessas

  • 1. Construção de 1.476 casas para transferência das famílias da Vila Dique
  • 2. Criação de 3 mil vagas no ensino infantil e 6 mil no ensino fundamental
  • 3. Passar de 90 para 200 equipes do Programa Saúde da Família
  • 4. Criação de mais farmácias regionais
  • 5. Duplicação da avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio)

O futuro não vem ao acaso, pois depende do caminho que construímos para chegarmos a ele. Fizemos um grande esforço


Líder de todas as pesquisas de opinião durante a campanha eleitoral, o prefeito José Fogaça chegou ao segundo turno pressionado por críticas de que não cumpriu suas principais promessas eleitorais. Ainda assim, Fogaça apresentou poucas variações nas pesquisas dos principais institutos - ele sempre oscilou entre 30% e 35% da preferência do eleitorado.

O prefeito foi acusado de não construir os nove postos de saúde prometidos durante a campanha e de não ter criado um sistema integrado de transporte coletivo. Em compensação, Fogaça centrou sua campanha na construção de um centro popular de compras - o camelódromo - e a construção de um sistema de escoamento para reduzir os alagamentos na cidade. Além disso, o prefeito manteve o Orçamento Participativo - uma das principais bandeiras eleitorais do PT.

Mas, mesmo apoiado por pesos-pesados da política gaúcha, como o PDT do vice José Fortunati e o PTB do senador Sérgio Zambiasi, Fogaça teve dificuldades para construir sua candidatura. Eleito pelo PPS em 2004, o prefeito se viu obrigado a voltar ao PMDB há menos de um ano para garantir uma candidatura própria de seu partido de origem - Fogaça iniciou a vida pública ao ser eleito deputado estadual em 1978 pelo antigo MDB.

Como o PPS não abriu mão de indicar o vice na chapa de Manuela D'Ávila, restou ao prefeito retornar à sigla que havia abandonado em 2001. A troca de partido foi sacramentada poucos dias antes do prazo final de registro partidário estabelecido pela legislação eleitoral. Fogaça também manteve suspense sobre sua decisão de disputar a reeleição até o último momento: com isso, evitou a pressão explícita dos adversários.


Maria do Rosário Nunes

  • Partido: PT
  • Idade: 41
  • Profissão: pedagoga
  • Naturalidade: Veranópolis (RS)
  • Patrimônio: R$ 335 mil

As 5 principais promessas

  • 1. Criação de Centros de Especialidades em Saúde para acabar com as filas e esperas por consultas
  • 2. Implantação do Hospital da Restinga e o Pronto Socorro da Zona Sul
  • 3. Instalação de câmeras com sistema de acompanhamento na frente das escolas e parques
  • 4. Prevenção e combate à violência junto com a comunidade
  • 5. Garantir a coleta seletiva em toda a cidade, qualificar e ampliar os galpões de reciclagem

Se o futuro começa agora no presente, deve começar unindo as ações da prefeitura ao momento importante que o Brasil vive


A candidatura de Rosário engrenou apenas na reta final, depois que o PT ajudou financeiramente o diretório estadual e deslocou ministros para o horário eleitoral gratuito - entre eles Tarso Genro (Justiça) e Dilma Rousseff (Casa Civil) - e para as caminhadas de campanha. Mesmo com problemas para decolar junto ao eleitorado, a petista não teve o apoio explícito do principal cabo eleitoral deste pleito - o presidente Lula não gravou depoimento a favor de Rosário para não desagradar aliados em nível nacional, como o PMDB e o PC do B.

Deputada federal em segundo mandato, para chegar ao segundo turno Rosário teve de enfrentar em março deste ano uma prévia desgastante com um dos principais caciques do partido, o ex-ministro Miguel Rossetto. Líder da principal corrente do PT gaúcho, a Democracia Socialista (DS), Rossetto perdeu a prévia por uma diferença de apenas 56 votos de um universo de 4.379 eleitores. A prévia expôs uma divisão interna no partido que, de certa forma, se refletiu na campanha.

Maria do Rosário Nunes, de 41 anos, é casada e tem uma filha. Professora da rede pública, também foi vereadora em Porto Alegre por dois mandatos (1993-1999). Como deputada estadual, de 1999 a 2003, Rosário chegou a ser a vice-presidente da Assembléia Legislativa gaúcha. Foi eleita pela primeira vez como deputada federal em 2002. No primeiro mandato foi relatora da CPI mista que investigou as redes de exploração sexual de crianças e adolescentes. Em 2004 estava na chapa de vice-prefeita de Porto Alegre e em 2006 se reelegeu como deputada federal. Seu vice, o músico e historiador Marcelo Danéris é vereador em Porto Alegre. Além do PT, a coligação de Rosário, "Frente Popular", conta com PRB, PTC e PSL.


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