UOL Eleições 2008 Porto Alegre

 
José Fogaça/Agência RBS

Fogaça quebra tabu e conquista 2º mandato em Porto Alegre

Confira a trajetória da campanha de Fogaça em fotos

José Fogaça de Medeiros

  • Partido: PMDB
  • Idade: 61 anos
  • Local de nascimento: Porto Alegre (RS)
  • Profissão: advogado
  • Patrimônio: R$ 508 mil

Tudo que mostramos na campanha está sendo costurado na cabeça das pessoas. Falamos a verdade, isso é o que interessa. A mudança não pode parar

Porto Alegre não voltará para trás e nem se tornará um centro de radicalismo e intolerância

Flávio Ilha
Especial para o UOL
Em Porto Alegre



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Um tabu superior a 80 anos foi quebrado na disputa municipal em Porto Alegre com a reeleição do prefeito José Fogaça (PMDB) para mais um mandato. Desde 1924 que um mesmo prefeito não era escolhido para continuar a administração da cidade, caracterizada pelo tom oposicionista do eleitorado. Fogaça bateu Maria do Rosário, que buscava reconduzir o PT à prefeitura da capital gaúcha.


Pesquisa boca-de-urna Ibope/Rede Globo já apontava vitória de José Fogaça com 57% dos votos válidos ante 43% da deputada federal Maria do Rosário.

Em 1896, com a instituição do voto direto, José Montaury foi eleito prefeito de Porto Alegre por sete mandatos consecutivos. As eleições, porém, eram marcadas por fraudes. Montaury enfrentou adversários em apenas duas disputas até deixar o poder, 27 anos depois. De lá para cá, apenas o PT havia conseguido permanecer na prefeitura por mais de um mandato -, mas nunca com o mesmo prefeito. O partido administrou a cidade de 1989 a 2004.


A vitória de Fogaça consolidou a tendência do primeiro turno, quando o prefeito venceu a disputa por uma margem folgada - ele teve 43% dos votos válidos contra 23% de Rosário. Mesmo que a petista tenha ganhado espaço no segundo turno com uma campanha eleitoral forte, o avanço não foi suficiente para reverter a vantagem do prefeito.


Líder de todas as pesquisas de opinião durante a campanha eleitoral, Fogaça chegou ao segundo turno pressionado por críticas de que não cumpriu suas principais promessas eleitorais. Ainda assim, apresentou poucas variações nas pesquisas dos principais institutos - ele sempre oscilou entre 30% e 35% da preferência do eleitorado.


As 5 principais promessas

  • 1. Construção de 1.476 casas para transferência das famílias da Vila Dique
  • 2. Criação de 3.000 vagas no ensino infantil e 6.000 no ensino fundamental
  • 3. Passar de 90 para 200 equipes do Programa Saúde da Família
  • 4. Criação de mais farmácias regionais
  • 5. Duplicação da avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio)
  • Veja o programa de governo de Fogaça

Nos debates, porém, foi constantemente fustigado por problemas verificados em sua administração, como a queda no número de matrículas na rede de ensino municipal e o funcionamento precário dos postos de saúde.


Rosário, por sua vez, primeiro garantiu passagem ao segundo turno batendo a candidata Manuela D'Ávila (PC do B). Depois, tratou de reorganizar a esquerda da cidade em torno da "Frente Popular", que voltou a reunir PC do B e setores do PSB descontentes com a neutralidade da sigla diante da disputa com o PMDB. Só faltou o PDT, que indicou José Fortunati como candidato a vice de Fogaça.


Apoiado por pesos-pesados da política gaúcha, como os senadores Sérgio Zambiasi (PTB) e Pedro Simon (PMDB), Fogaça teve de driblar dificuldades para construir sua candidatura. Eleito pelo PPS em 2004, o prefeito se viu obrigado a voltar ao PMDB há menos de um ano para garantir uma candidatura própria de seu partido de origem - Fogaça iniciou a vida pública ao ser eleito deputado estadual em 1978 pelo antigo MDB.


A troca de partido foi sacramentada poucos dias antes do prazo final de registro partidário estabelecido pela legislação eleitoral. Fogaça também manteve suspense sobre sua decisão de disputar a reeleição até o último momento. Com isso, evitou a pressão explícita dos adversários, que estavam em campanha há pelo menos seis meses.


O que você achou da
reeleição de Fogaça?

A candidatura de Rosário engrenou apenas na reta final, depois que o PT ajudou financeiramente o diretório estadual e deslocou ministros para o horário eleitoral gratuito - entre eles Tarso Genro (Justiça) e Dilma Rousseff (Casa Civil) - e para as caminhadas de campanha. Mesmo com problemas para decolar junto ao eleitorado, a petista não teve o apoio explícito do principal cabo eleitoral deste pleito - o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não gravou depoimento a favor de Rosário para não desagradar o PMDB, aliado em nível nacional.


Deputada federal em segundo mandato, para chegar ao segundo turno Rosário teve de enfrentar em março deste ano uma prévia desgastante com um dos principais caciques do partido, o ex-ministro Miguel Rossetto. Líder da principal corrente do PT gaúcho, a DS (Democracia Socialista), Rossetto perdeu a prévia por uma diferença de apenas 56 votos num universo de 4.379 eleitores. A prévia expôs uma divisão interna no partido que, de certa forma, se refletiu na campanha.

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