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05/10/2008 - 22h30

Duciomar Costa vai disputar segundo turno com José Priante

Irna Cavalcante
Especial para o UOL
Em Belém


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Depois de ter um início de campanha morno, com altos índices de rejeição nas pesquisas e marcação cerrada do Ministério Público Eleitoral o atual prefeito e candidato à reeleição, Duciomar Costa (PTB) dá uma guinada e entra como favorito neste segundo turno. Mas terá que enfrentar ainda o candidato José Priante (PMDB) que começou fazendo barulho para desestabilizar os demais candidatos e acabou se tornando a grande zebra desta eleição.

Os dois ingressaram na carreira política na mesma época, mais precisamente em 1988, ano de elaboração da constituinte. E por diversas ocasiões, ao longo desses vinte anos de carreira pública, se encontraram em torno de projetos, obras e alianças. Agora estão do lado oposto da mesa.

No começo das campanhas, evitaram trocar acusações entre si e preferiram direcionar seu arsenal em torno da candidata Valéria Pires Franco (DEM), que até então figurava como uma das favoritas da disputa. Entretanto, com a queda dela nas pesquisas, passaram então a se enfrentar, sobretudo nos debates da televisão.

Resultado em Belém surpreendeu?

Na primeira pesquisa divulgada pelo Ibope em Belém, no dia 17 de agosto, Duciomar estava com 24% das intenções de voto, tecnicamente empatado com Valéria, enquanto que Priante figurava na terceira colocação com 14%. No dia 6 de setembro, o atual gestor se manteve estável, mas o peemedebista caiu três pontos percentuais. O cenário mudaria uma semana depois, quando o instituto mostrou que Priante foi o candidato que mais cresceu, alcançando 16% , mas ainda estava longe de Duciomar que continuava à frente das pesquisas com 23%.

Na quarta rodada, do dia 20, uma nova surpresa: o peemedebista caiu quatro pontos percentuais, em contraponto aos dois pontos positivos a mais de Duciomar. Os indícios de que uma reviravolta poderia acontecer neste segundo turno só vieram à tona na última pesquisa, que mostrou que apesar de permanecer na terceira posição, com 12% das intenções de voto, Priante já estava empatado tecnicamente com Valéria,que caiu onze pontos na pesquisa.


Duciomar Costa

  • Partido: PTB
  • Idade: 53 anos
  • Profissão: ex-feirante e ex-taxista
  • Naturalidade: Belém (SP)
  • Patrimônio: R$ 1.795.191,15

As 5 principais promessas

  • 1. Programa para oferecer regime de semi-internato, destinado a jovens, adolescentes e crianças
  • 2. Asfaltar mais três mil ruas em quatro anos
  • 3. Implantar oito Pronto-Socorros distritais
  • 4. Continuar a av. Orla do Rio Guamá e a Macrodrenagem da Bacia da Estrada Nova
  • 5. Conclusão da Nova av. Augusto Montenegro

Meu projeto hoje é me entregar ao povo de Belém, que me deu tantas vitórias, essas obras. Se for preciso mais quatro anos para concluir essas obras, eu fico, sim


Duciomar Costa (PTB) foi eleito prefeito de Belém em 2004, com 58,28% dos votos. Ele é o candidato com o maior número de aliados neste pleito. São dez partidos alinhados na 'Coligação União por Belém', que reúne além do PTB, PT do B, PR, PV, PDT, PSDC, PRP, PTC, PSC e PRTB.

O atual gestor, que já foi taxista e feirante, formou-se em Ciências Jurídicas pela Universidade da Amazônia, foi casado e tem três filhas adultas. A primeira vez que ele concorreu a um cargo eletivo foi em 1988, quando chegou à Câmara de Vereadores, com apenas 1.384 votos. Reelegeu-se em 1992, e dois anos mais tarde conseguiu uma vaga de deputado estadual. Na eleição seguinte, foi reeleito como o deputado mais votado, com mais 50 mil votos.

Também acumula experiência no senado, onde exerceu, inclusive, a função de líder da bancada pedetista. Em 2004, chegou ao Executivo Municipal depois de uma disputa acirrada com a hoje governadora Ana Júlia Carepa.

Nos primeiros dois anos como prefeito municipal, Duciomar enfrentou fortes críticas por suas constantes viagens à Brasília, ausência a que ele atribui às reuniões em busca da recuperação de crédito do município que estava afundado em dívidas.

Também teve projetos considerados importantes da sua gestão, como o Portal da Amazônia e o Hospital Sírio Libanês, alvos constantes de intervenção do Ministério Público. Ele também responde a três ações por improbidade administrativa, alvo, inclusive, de um pedido de impugnação de candidatura, proposto pelo Ministério Público Eleitoral, mas que não passou no TSE, Tribunal Superior Eleitoral, por não ter nenhuma decisão transitada em julgado. Seu nome consta na "lista suja" divulgada pela AMB (Associação dos Magistrados do Brasil).

O carro chefe do seu 1º mandato foram os programas de asfaltamento de ruas e a construção de conjuntos habitacionais. Outras obras de saneamento e assistência social, a exemplo da Nova Vila da Barca, que beneficiou 146 famílias com casas novas e geração de renda, também receberam destaque.

Durante os debates promovidos na capital paraense, Duciomar foi o alvo principal dos seus adversários, mas conseguiu fortalecer sua candidatura ao longo da campanha e chega a segunda fase com muitas possibilidades de aliança, principalmente com o PSDB, partido do qual foi aliado.


José Priante

  • Partido: PMDB
  • Idade: 45 anos
  • Profissão: advogado
  • Naturalidade: Belém
  • Patrimônio: R$ R$ 607.651,11

As 5 principais promessas

  • 1. Construção de 5 Unidades de Pronto-Atendimento, que vão funcionar como prontos-socorros
  • 2. Implementação de programa que vai colocar nas ruas 100 carros equipados com telefone
  • 3. Reordenamento do transporte público coletivo, com redistribuição das linhas de ônibus
  • 4. Implementação de um programa que vai espalhar creches por toda a cidade
  • 5. Realização da drenagem da bacia da Estrada Nova e dos canais do Tucunduba e do Paracuri

Um fica prometendo o que não fez, e outra fica prometendo demais. Belém precisa de um prefeito sério que tenha competência para administrar esta cidade


José Priante, 44 anos, é representante de uma tradicional família política no Pará. Ele é sobrinho do cacique da política paraense, Jader Barbalho (PMDB). Começou sua carreira no movimento estudantil, ainda no final da ditadura militar, e foi eleito para o primeiro mandato parlamentar em 1988. Nesses 20 anos, exerceu cinco mandatos legislativos consecutivos: foi vereador constituinte (1989-1991), deputado estadual (1991-1995) e deputado federal por três vezes (1995-1999/1999-2003/2003-2007).

Na Assembléia Legislativa do Pará foi líder da bancada do PMDB, líder do governo e presidente da Comissão de Orçamento e Finanças. Em Brasília, foi coordenador da Bancada da Amazônia, vice-líder do PMDB na Câmara Federal e presidente da Comissão de Economia, Indústria e Comércio - uma das mais importantes do Congresso Nacional, que já foi presidida por Tancredo Neves. Também foi o primeiro presidente da Comissão da Amazônia, relator de orçamento da União para a área da infra-estrutura por duas vezes e presidente da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara Federal.

Em 2006, concorreu ao cargo de governador do Pará, mas na época eram fortes os rumores de que sua participação era apenas figurativa para garantir mais chances da candidata petistas Ana Júlia Carepa vencer nas urnas e interromper os doze anos de reinado tucano no Pará.

Este ano voltou a colocar seu nome a disposição no pleito. Desta vez, pela "Melhor pra Belém" (PMDB/PP/PRB). E nesta campanha, as tiradas descontraídas de seu programa eleitoral, com paródias da trilha sonora do filme Tropa de Elite para lançar as propostas na área de segurança, ou ainda o jingle "Vamos deixar de lero-lero, porque é o Priante que eu quero" o ajudou a subir alguns pontos no ranking eleitoral.

O comportamento seguro e ferino nos debates, principalmente em relação aos favoritos na disputa, Duciomar Costa e Valéria Pires Franco (DEM), fez com que o candidato também crescesse na disputa. E de simples coadjuvante - como chegou a se especular na época das convenções - o peemedebista passou a ter maior expressividade no pleito.

Ele também sempre buscou enfatizar que por conta da boa relação que mantém com a governadora Ana Júlia Carepa, com o tio Jader Barbalho no Congresso e com o próprio presidente Lula, teria facilidade de conseguir recursos para a capital. E são estas alianças, uma vez bem administradas, que o fortalecem neste segundo turno.

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