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25/09/2006 - 13h10

Grupo distribui 50 mil narizes de palhaço para eleições em SP

Por Fernando Ezabella

SÃO PAULO (Reuters) - O grupo apartidário "Rir para Não Chorar" irá distribuir em São Paulo a partir de quinta-feira 50 mil narizes vermelhos para eleitores que estão se sentindo com cara de palhaço frente aos escândalos políticos do país, segundo seus organizadores.

"Queremos mobilizar quem está realmente indignado com a situação do nosso país. É um assunto supersério, mas a gente está trazendo um formato bem-humorado no lugar de sair quebrando tudo", disse o idealizador da campanha, Sérgio Morisson, profissional do terceiro setor e ligado ao mundo da moda.

"O nariz é uma simbologia muito forte, a gente está sendo feito de palhaço por tanta coisa que vem acontecendo na política, na economia, na cultura", acrescentou.

Como é conhecido no mundo fashion, Morisson conseguiu chamar para a campanha nomes famosos, como os da editora de moda Lilian Pacce e da consultora Costanza Pascolato. As duas não estarão no Brasil para votar, devido ao calendário internacional de desfiles, mas aderiram à campanha deixando-se fotografar com o infame nariz.

O apresentador e ator Marcelo Tas confirmou que votará com o nariz, "o figurino mais adequado para essa eleição", na opinião dele.

Algumas das outras personalidades que embarcaram na idéia, segundo Morisson, foram os músicos Ivan Lins, Hapin Hood, Lobão, Luciana Mello, o chef Alex Atala, as atrizes Marisa Orth e Cláudia Liz, além de Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, e o escritor Férrez.

Os narizes serão distribuídos gratuitamente na quinta-feira pela avenida Faria Lima, perto do shopping Iguatemi, e na sexta-feira na avenida Paulista, perto do prédio da Fiesp. No domingo, a distribuição será feita nos principais colégios eleitorais da cidade, onde votam políticos famosos.

Morisson diz ter gasto 4 mil reais em narizes de plástico e que há interessados em levar a campanha para o Rio de Janeiro e Salvador. O site da campanha (www.rirparanaochorar.com.br) está no ar faz uma semana e, segundo ele, já recebeu mais de 200 cadastros, às vezes de lugares tão distantes como Acre e Lisboa.

"O brasileiro precisa parar de querer tudo 'facinho'. Se a gente deixasse para eles comprarem o nariz, alguma coisa podia dar errado. Então comprei 50 mil para não ter desculpa. Agora, nas outras cidades, cada um tem que se mobilizar", disse Morisson.

Os voluntários que se cadastrarem podem ajudar a distribuir os narizes nas ruas a partir de quinta-feira.