RIO DE JANEIRO (Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência Geraldo Alckmin levantou suspeitas nesta segunda-feira sobre a orientação da nova onda de ataques que atingiu São Paulo e insinuou que a violência tem motivação política.
"É uma coincidência a motivação desses ataques. Não tem a menor lógica. Ladrão quer dinheiro e o menor risco possível. O que que o ladrão ganha dando tiro em posto de gasolina, na polícia, jogando bomba numa vidraça, queimando ônibus? Que é estranho, é estranho. Precisa ser investigado quais são as causas que estão por trás disso", disse Alckmin a jornalistas logo após desembarcar no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, vindo de São Paulo. Para o ex-governador de São Paulo, "é estranho que isso aconteça em época eleitoral", disse, sem citar a que interesse político os bandidos ou a fação criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) estariam servindo.
"Não tenho essa informação", declarou o tucano ao ser questionado se consideraria possível um acordo entre integrantes do PCC e o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na última onda de violência, em julho, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, disse haver indícios dessa vinculação, o que foi duramente desmentido pelo PT e pelo presidente Lula. Nesta noite, Alckmin dará entrevistas no Jornal Nacional, da TV Globo, e na GloboNews e amanhã passa o dia no Rio de Janeiro.
O tucano lamentou a terceira onda de ataques no Estado somente este ano e manifestou apoio ao governador Cláudio Lembo (PFL).
"É evidente que isso é para criar pânico, para gerar notícia, para fazer o governo recuar. Assumindo a Presidência não vou me omitir. Segurança pública é um problema no Brasil inteiro", completou Alckmin.
Ele acusou o governo federal de não cumprir um acordo de repassar 100 milhões de reais à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.
"O governo federal pode ajudar, repassando esses recursos e retirando 1.500 presos federais dos presídios de São Paulo", disse Alckmin descartando a necessidade de uma intervenção federal do governo federal no Estado.