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Quércia

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ÁLBUM DE FOTOS

Nome: Orestes Quércia

Nascimento: 18 de agosto de 1938

Local: Igaçaba (SP)

Partido: PMDB

Tempo de partido: desde a fundação, em 1966

Partido anterior: Partido Libertador

Formação profissional: empresário e advogado

Após três derrotas, Quércia tenta voltar ao governo

Carlos Iavelberg
Da Redação
Em São Paulo

Vinte anos após ser eleito governador de São Paulo, o jornalista, advogado e empresário Orestes Quércia tenta repetir a conquista no pleito deste ano. A missão, porém, não será nada fácil, tendo em vista os últimos retrospectos nas urnas. Desde 1990, quando elegeu o então afilhado político Luiz Antonio Fleury Filho ao governo do Estado, Quércia não vence nenhuma disputa. Já acumula três derrotas.

Apesar dos insucessos, Quércia tem conseguido manter o controle da máquina do PMDB paulista, do qual é presidente desde 2001, e constantemente aparece em programas do partido no rádio e na TV. Em 2006, seu apoio foi disputado por petistas e tucanos (foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto), mas não houve acordo e ele decidiu sair candidato, o que, em tese, deve diminuir a polarização entre José Serra (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT).

Trajetória
A trajetória política de Quércia teve início na cidade de Campinas, no interior de São Paulo, quando se elegeu vereador pelo então Partido Libertador, em 1963. Três anos depois, já pelo MDB (que depois virou PMDB), ele conquistou uma vaga de deputado estadual. Em 1968, foi eleito prefeito de Campinas.

Foi ao longo da década de 70 e, principalmente, na de 80, que Orestes Quércia tornou-se um dos políticos mais influentes no Estado. Em 1974, foi eleito senador com 4.630.182 votos, derrotando o ex-governador paulista Carvalho Pinto (Arena). Em 1982, elegeu-se vice-governador na chapa de Franco Montoro e, em 1986, alcançou o governo do Estado ao vencer as eleições com 5.578.795 votos (36,1%). Sua gestão foi caracterizada por muitas obras viárias, sobretudo no interior do Estado, com a construção de mais de 550 quilômetros de estradas e a duplicação de 1.100 quilômetros de rodovias.

Nas eleições presidenciais de 1989, Quércia era considerado um forte candidato, mas preferiu terminar seu mandato de governador, que se encerrou em 1991, por acreditar que teria mais chances de ser eleito presidente no próximo pleito. Quércia conseguiu eleger Fleury para ocupar seu lugar e disputou o Palácio do Planalto em 1994, quando teve início uma série de derrotas nas urnas.

Na única tentativa de chegar à Presidência, terminou em quarto lugar, com 2.771.788 (4,4%) dos votos, atrás de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Enéas Carneiro (Prona). Em 1998, tentou voltar para o Palácio Bandeirantes, mas ficou em quinto lugar, com 714.097 votos (4,3%).

Em 2002, Quércia obteve melhor desempenho na eleição para o Senado. Mas terminou em terceiro lugar, com 5.552.875 votos (15,8%), atrás de Aloizio Mercadante (PT) e Romeu Tuma (PFL), os dois eleitos. Neste mesmo pleito, apoiou Lula para a Presidência da República e chegou a indicar aliados a postos importantes no governo, mas se distanciou dos petistas porque suas indicações não foram aceitas. Quércia defendeu a ruptura do PMDB com o governo Lula em dezembro de 2004.

Suspeita de superfaturamento
O início das derrotas de Quércia nas urnas coincide com o aparecimento de suspeitas de irregularidades na gestão como governador. Em 1991, o jornal Folha de S.Paulo revelou que o peemedebista firmou oito contratos sem licitação, no total de US$ 315 milhões, para a importação de equipamentos israelenses para universidades e polícias de São Paulo. O negócio teria sido superfaturado e realizado por meio de empresa de fachada sediada no paraíso fiscal de Dublin, na Irlanda. Três anos depois, o Superior Tribunal de Justiça rejeitou denúncia de estelionato contra o político peemedebista.

Em 2002, um levantamento feito pela Folha de S.Paulo revelou o aumento no patrimônio do peemedebista de R$ 9,8 milhões, em 1996, para R$ 64,8 milhões, cinco anos depois. Um crescimento de 562%, segundo os bens declarados por ele ao Tribunal Regional Eleitoral. "Sou empresário, antes de ser político", ele se defendeu na época. Quércia concentra em seu nome e no nome de familiares o controle de empresas nas áreas de comunicações, agricultura, mercado imobiliário, construção e venda de veículos.








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