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Apolinário

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ÁLBUM DE FOTOS

Nome: Carlos Alberto Eugenio Apolinário

Nascimento: 28 de abril de 1952

Local: São Paulo (SP)

Partido: Partido Democrático Trabalhista (PDT)

Tempo de partido: 3 anos

Partidos anteriores: PMDB e PGT

Formação profissional: advogado

Evangélico defende o Dia do Orgulho Heterossexual

Larissa Morais
Da Redação
Em São Paulo

O vereador de São Paulo Carlos Apolinário (PDT) anunciou sua pré-candidatura ao governo de São Paulo ainda em dezembro de 2005. Para disputar o cargo pela segunda vez, terá de vencer resistências até mesmo em seu partido. Dirigentes do PDT cogitaram a hipótese de apoiar o candidato José Serra (PSDB) ainda no primeiro turno.

Apolinário diz não ter apresentado a pré-candidatura para negociar. "O partido me apóia, não vou desistir e chegarei ao segundo turno", afirma. Ele avalia que terá uma votação mais expressiva do que os pouco mais de 700 mil votos obtidos em 2002, quando foi candidato a governador pelo PGT.

"O PDT tem representatividade e, mesmo que não haja outros partidos na coligação, terei este ano, no mínimo, três vezes mais tempo na televisão", diz.

A estratégia de Apolinário é se colocar como opção à rejeição do eleitorado ao PT e ao PSDB. Para isso, planeja centrar sua campanha no programa de governo, não em acusações de corrupção. O vereador defende que o PDT não deve se aliar a partidos envolvidos nos recentes escândalos.

O candidato faz várias críticas aos 12 anos de governo tucano no Estado. Segundo ele, a administração estadual não aplicou políticas de recuperação dos presos e de internos da Febem, e não promoveu uma ampla geração de empregos. Também não poupa o governo Lula: "O governo federal valoriza os bancos, não o trabalho".

O vereador afirma que é preciso socializar os detentos, descentralizar e humanizar a Febem. Para criar empregos, defende maior intervenção do Estado no sentido de financiar as pequenas e médias empresas.

Quanto à educação, Apolinário é favorável a uma antiga proposta do antrópologo Darcy Ribeiro e do PDT, a escola integral, em que o aluno fica oito horas por dia na instituição, com acesso a aulas curriculares, atividades culturais e esportivas, visitas a bibliotecas e tratamento médico.

Sem espaço no PMDB

Carlos Apolinário tem 54 anos. É casado há 33 anos com Dalva Apolinário, com quem tem dois filhos e três netos. Começou na política em 1980 ao se filiar ao PMDB, partido em que permaneceu até 2001.

Disputou a primeira eleição em 1982, para deputado estadual. Foi eleito e conseguiu se reeleger por duas vezes consecutivas, em 1986 e 1990. Entre 1991 e 1992, foi presidente da Assembléia Legislativa, e chegou a exercer interinamente, por dez dias, o cargo de governador de São Paulo.

Após 12 anos como deputado estadual, Apolinário disputou em 1994 uma vaga na Câmara dos Deputados. Eleito com 164.840 votos, foi vice-líder do PDMB na Casa, relator da Lei Eleitoral e vice-presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Comunicação.

Como não conseguiu ser reeleito em 1998 (ficou como segundo suplente), Apolinário candidatou-se dois anos depois à Câmara dos Vereadores de São Paulo - obteve quase 30 mil votos. Já como vereador, deixou o PMDB em julho de 2001 e filiou-se ao PGT (Partido Geral dos Trabalhadores).

"Tinha o sonho de concorrer ao governo, mas não tive espaço no PMDB", diz. Pelo PGT, o vereador disputou o governo do Estado de São Paulo, em 2002, à frente da coligação "São Paulo nas Mãos de Deus". Entre 15 candidatos, e com 28 segundos no horário eleitoral, foi o quarto mais bem votado, com 703.858 votos.

Pouco depois, o PGT se fundiu ao PL. Carlos Apolinário não seguiu o partido por divergências quanto ao caráter ideológico do PL e, em fevereiro de 2003, se filiou ao PDT.

Em 2004, foi reeleito para a Câmara Municipal com 44.526 votos. Em seus dois mandatos como vereador, apresentou projetos como a restrição da propaganda de bebidas e cigarros nos outdoors da cidade e novos valores de multas para desrespeito à lei que disciplina a exposição de propaganda com apelo sexual.

Seu projeto mais polêmico e curioso foi a tentativa de estabelecer o Dia do Orgulho Heterossexual, em contraposição ao Dia do Orgulho Gay. Apresentado no primeiro semestre de 2005, o projeto ainda deve ser apreciado pela Câmara dos Vereadores. "Meu objetivo foi chamar a atenção da sociedade, pois não sou homofóbico ou contra o acesso a direitos. O problema é o comportamento espalhafatoso em público", afirma. Para o vereador, os gays não sofrem discriminação, eles próprios a criam.

Como deputado estadual, Apolinário foi autor da lei que proíbe a venda de bebidas alcóolicas nos bares e restaurantes situados ao longo das rodovias de São Paulo, conhecida como Lei Seca.

A apresentação de projetos de cunho moral é atribuída ao fato de o vereador ser muito religioso. Evangélico desde os sete anos, ele hoje exerce o posto de evangelista na Assembléia de Deus.

O vereador alterou as regras de fiscalização do Psiu (Programa de Silêncio Urbano) para templos de cultos religiosos - diminuiu a multa de cerca de R$ 16 mil para R$ 500, apenas para as igrejas. Também apresentou um projeto que isenta todos os templos religiosos da cidade do pagamento da Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos (TFE). Apolinário afirma que não pretendeu favorecer os evangélicos, já que todas as religiões foram beneficiadas.

Para o vereador, o Estado deve ser laico: "Quem deve ter religião é o político, e ser evangélico é um direito, não é defeito". Como exemplo, diz que votou contra o ensino religioso nas escolas públicas, quando foi deputado federal. Ele afirma ainda que não pretende administrar São Paulo de forma religiosa.








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