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27/07/2006 - 12h06

Três deputados gaúchos citados por CPI tentam reeleição

Marcelo Gutierres
Da Redação, em São Paulo
Três deputados do Rio Grande do Sul são citados pela CPI dos Sanguessugas por suposto envolvimento na venda superfaturada de ambulância a prefeituras do Estado. Todos eles tentam a reeleição.

Segundo a comissão, o deputado federal Paulo Gouvêa (PL), 42, teria recebido dinheiro de Luiz Antônio Vedoin, 31, um dos donos da Planam, principal empresa investigada, como pagamento pela suposta participação no esquema.

O deputado nega contato com Luiz Antônio ou ter recebido qualquer pagamento. Admite, porém, conhecer o pai de Vedoin, Darci, também proprietário da Planam. "Eu o via esporadicamente nos corredores [da Câmara]."

Gouvêa diz que destinou emendas a prefeituras gaúchas, mas que nenhuma delas teve como beneficiária a Planam. Citou os municípios de Viamão, Taquara e Bom Retiro do Sul. "Foram pedidos de prefeitos, vereadores ou lideranças locais."

Ele afirma que cumpriu promessas de campanha e atendeu pedidos no decorrer do mandato. O deputado ressaltou que não tem receio em abrir os sigilos bancário, telefônico e fiscal. "Estou aguardando orientação jurídica para apresentar a minha defesa à comissão."

Ele acrescenta ainda que não entende a razão de seu nome ter sido citado por Luiz Antônio. Para Gouvêa, cabe à Planam provar sua suposta participação no esquema. "Estou muito sentido com tudo isso", diz.

Outro parlamentar gaúcho apontado pela CPI de suposto envolvimento na máfia dos sanguessugas é Edir Oliveira (PTB). Segundo a comissão, assessores do parlamentar teriam recebido depósitos em conta como pagamento por participação no esquema. Oliveira nega qualquer recebimento de dinheiro por parte dele e de assessores.

O petebista informa que não conhece os Vedoin e que nunca recebeu qualquer representante da empresa. Ele conta que teve 11 emendas aprovadas entre 2001 e 2002 para municípios gaúchos. Em duas cidades, a Planam venceu licitação de venda de ambulância, segundo o deputado.

Oliveira explica que, após a aprovação e liberação por parte do Executivo, a responsabilidade sobre o recurso destinado passar a ser do prefeito contemplado. Ele não citou quais cidades receberam os recursos por "tratar-se de segredo de Justiça". Oliveira disse ainda que pretende abrir seus sigilos bancário, telefônico e fiscal à CPI.

O terceiro deputado citado pela comissão é Érico Ribeiro (PP). Não foi possível encontrá-lo. A reportagem UOL falou com sua assessoria e deixou recados no celular do parlamentar. Não houve resposta até às 11h de quinta-feira (27/07).



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