Três deputados do Rio Grande do Sul são citados pela CPI dos Sanguessugas por suposto envolvimento na venda superfaturada de ambulância a prefeituras do Estado. Todos eles tentam a reeleição.
Segundo a comissão, o deputado federal Paulo Gouvêa (PL), 42, teria recebido dinheiro de Luiz Antônio Vedoin, 31, um dos donos da Planam, principal empresa investigada, como pagamento pela suposta participação no esquema.
O deputado nega contato com Luiz Antônio ou ter recebido qualquer pagamento. Admite, porém, conhecer o pai de Vedoin, Darci, também proprietário da Planam. "Eu o via esporadicamente nos corredores [da Câmara]."
Gouvêa diz que destinou emendas a prefeituras gaúchas, mas que nenhuma delas teve como beneficiária a Planam. Citou os municípios de Viamão, Taquara e Bom Retiro do Sul. "Foram pedidos de prefeitos, vereadores ou lideranças locais."
Ele afirma que cumpriu promessas de campanha e atendeu pedidos no decorrer do mandato. O deputado ressaltou que não tem receio em abrir os sigilos bancário, telefônico e fiscal. "Estou aguardando orientação jurídica para apresentar a minha defesa à comissão."
Ele acrescenta ainda que não entende a razão de seu nome ter sido citado por Luiz Antônio. Para Gouvêa, cabe à Planam provar sua suposta participação no esquema. "Estou muito sentido com tudo isso", diz.
Outro parlamentar gaúcho apontado pela CPI de suposto envolvimento na máfia dos sanguessugas é Edir Oliveira (PTB). Segundo a comissão, assessores do parlamentar teriam recebido depósitos em conta como pagamento por participação no esquema. Oliveira nega qualquer recebimento de dinheiro por parte dele e de assessores.
O petebista informa que não conhece os Vedoin e que nunca recebeu qualquer representante da empresa. Ele conta que teve 11 emendas aprovadas entre 2001 e 2002 para municípios gaúchos. Em duas cidades, a Planam venceu licitação de venda de ambulância, segundo o deputado.
Oliveira explica que, após a aprovação e liberação por parte do Executivo, a responsabilidade sobre o recurso destinado passar a ser do prefeito contemplado. Ele não citou quais cidades receberam os recursos por "tratar-se de segredo de Justiça". Oliveira disse ainda que pretende abrir seus sigilos bancário, telefônico e fiscal à CPI.
O terceiro deputado citado pela comissão é Érico Ribeiro (PP). Não foi possível encontrá-lo. A reportagem UOL falou com sua assessoria e deixou recados no celular do parlamentar. Não houve resposta até às 11h de quinta-feira (27/07).
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