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Germano Rigotto

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Nome: Germano Antônio Rigotto

Data de nascimento: 24 de setembro de 1949

Local: Caxias do Sul (RS)

Partido: PMDB

Tempo de partido: Desde 1981

Partidos anteriores: MDB

Formação profissional: dentista e bacharel em direito

Rigotto esquece Planalto e tenta manter governo do RS

Cláudio de Souza
Da Redação
Em São Paulo

A conquista do governo do Rio Grande do Sul por Germano Rigotto (PMDB) em 2002 foi uma das maiores surpresas daquela eleição. Entre 1998 e 2002, o PT havia consolidado sua hegemonia em terras gaúchas, ocupando o governo estadual pela primeira vez e a prefeitura de Porto Alegre pela quarta, a partir do pleito de 2000. Luiz Inácio Lula da Silva caminhava para a vitória na eleição presidencial, o que poderia inflar os votos do candidato a governador Tarso Genro. Mais que isso, Rigotto começara a campanha com cerca de 2% das intenções de voto e, às vésperas do 1º turno, ainda estava em terceiro lugar.

O fato é que Rigotto, atuante ex-deputado federal, que no Congresso chegou a ser líder do governo de Fernando Henrique Cardoso, acabou conquistando o Palácio Piratini, no primeiro sintoma de que o PT estava deixando de conquistar corações e mentes num Estado em que o PMDB sempre teve força. O segundo sintoma foi a vitória de José Fogaça (PPS) na disputa com Raul Pont pela prefeitura de Porto Alegre, em 2004.

Lançada nos últimos dias de junho, a campanha de Rigotto à reeleição vem a reboque de uma frustração: o governador gaúcho acalentou (não se sabe com quanto de esperança) a possibilidade de se candidatar à sucessão de Lula pelo PMDB.

Foi às prévias do partido, contra Anthony Garotinho. Ganhou no voto, em número, mas perdeu no peso relativo dos diretórios estaduais. Mais adiante, o próprio Garotinho, Itamar Franco e Pedro Simon tiveram suas candidaturas alvejadas pelo PMDB governista, comandado pelo senador Renan Calheiros. Esta ala, poderosa no partido, prefere se coligar livremente nos palanques estaduais.

Críticas à reeleição
Assim, restou a Rigotto tentar se manter no Palácio Piratini por mais quatro anos. Trata-se de uma tarefa bem menos complicada que buscar o Planalto, mas o embate com o petista Olívio Dutra, ex-governador, promete ser duríssimo. A situação é de empate técnico, segundo as pesquisas.

O curioso é que Rigotto já se manifestou incisivamente contra a reeleição. Antes de ter sua pré-candidatura a presidente moída no PMDB, ele afirmou à revista "IstoÉ": "Não concordo com a reeleição. Na última pesquisa realizada no Rio Grande do Sul, ganho em todos os cenários com folga. A aceitação ao meu governo é excelente. Mas tenho uma posição clara sobre isso: acho que oito anos é tempo demais." Numa outra entrevista, porém, admitiu que poderia sofrer "pressões" para concorrer em seu Estado.

A pesquisa citada por Rigotto é do Ibope e foi realizada de 8 a 12 de janeiro, com 1.008 eleitores. Curiosamente, os distintos cenários não confrontaram Rigotto com Olívio, já pré-candidato naquela época. A afirmação do peemedebista de que a aceitação à sua administração "é excelente" também precisa ser atualizada: pesquisa Ibope do final de junho mostra que 47% dos entrevistados consideram o governo do PMDB apenas regular, 27% avaliam como "ótimo/bom" e 22% como "ruim/péssimo". Indagados sobre a aprovação à forma de Rigotto governar, houve empate técnico: 44% aprovam e 42% desaprovam.

A gestão de Rigotto aponta como suas principais realizações, entre outras: a restauração de quase 2 mil km de estradas; a abertura de novas linhas de crédito a agricultores; o apoio a 228 novos grandes empreendimentos no Estado, com investimentos privados de R$ 24,6 bilhões e a oferta de 46,3 mil empregos diretos; e um plano de assistência à infância que teria ajudado a diminuir a mortalidade infantil.

Os críticos da gestão afirmam que Rigotto foi incapaz de reverter uma suposta herança maldita do PT nas contas estaduais, que apresentariam para 2006 um rombo de R$ 2,2 bilhões. O crescimento da economia gaúcha ficou abaixo da média nacional, desde 2003.

Nascido em Caxias do Sul, Germano Antônio Rigotto tem 56 anos. Cursou odontologia e direito. O ingresso na vida pública aconteceu aos 27 anos, quando foi eleito vereador em sua cidade natal pelo antigo MDB. Em 1983, passou à Assembléia Legislativa gaúcha e ali obteve a reeleição, em 1986. Foi líder do governo de Pedro Simon.

Rigotto obteve três mandatos seguidos de deputado federal (em 1990, 1994 e 1998) e manteve-se fiel ao governo de FHC ao longo de seus oito anos, tendo sido líder de seu partido e do governo na Câmara. A atuação mais destacada de Rigotto foi na presidência da Comissão Especial de Reforma Tributária.








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