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Olívio Dutra

Folha Imagem

Nome: Olívio de Oliveira Dutra

Data de nascimento: 10 de junho de 1941

Local: Bossoroca (RS)

Partido: PT

Tempo de partido: Desde a fundação, em 1980

Partidos anteriores: nenhum

Formação profissional: bancário aposentado e graduado em letras

Olívio e PT partem em busca do poder perdido

Cláudio de Souza
Da Redação
Em São Paulo

Olívio Dutra foi confirmado como candidato do PT ao governo gaúcho ainda em janeiro deste ano. O partido não realizou prévias internas, ao contrário de 2002, quando o mesmo Olívio, então governador, enfrentou Tarso Genro (que deixara a prefeitura porto-alegrense) e perdeu.

O resultado: Tarso foi derrotado no segundo turno por um candidato-azarão, Germano Rigotto (PMDB), que iniciou a campanha com 2% das intenções de voto. Na eleição municipal de 2004, o candidato petista Raul Pont, prefeito que sucedera Tarso no mandato de 1997 a 2000, foi derrotado por José Fogaça (PPS), e o PT perdeu a prefeitura de Porto Alegre pela primeira vez em 16 anos.

O governo Lula acolheu Olívio, que assumiu a pasta das Cidades, considerada estratégica e da cota do presidente, mas que acabou virando moeda de troca política em 2005, no auge da crise provocada por denúncias do mensalão. Sindicalista e fundador do PT ao lado de Lula, Olívio foi demitido do Ministério das Cidades para dar lugar aos aliados do PP. Lula chegou a oferecer um cargo na Infraero ao antigo companheiro. Olívio respondeu que não estava precisando de emprego.

O ex-governador afirmou a jornalistas que houve um "consenso" em torno de sua candidatura, construído de forma "coletiva e solidária". Tarso foi citado como um dos arquitetos do processo.

Num colégio eleitoral politizado como o do Rio Grande do Sul, onde a polarização é um pouco diferente da federal - as disputas mais acirradas têm sido entre PT e PMDB (ou, em certos casos, "todos contra o PT") -, Olívio promete "não adjetivar" os adversários. Segundo ele, a intenção é "discutir programa". O partido confirmou a deputada Jussara Cony, do fidelíssimo PC do B, para concorrer como vice.

A missão de Olívio é complicada. Sua candidatura é a primeira majoritária do PT no Rio Grande do Sul após o duplo desastre de 2002 e 2004 - que, aliás, é avaliado pelo próprio petista como um demérito de seu partido: "O atual governador (Rigotto) se elegeu muito no contrapé da Frente Popular, sem necessidade de nitidez programática", argumentou Olívio em entrevista divulgada no site do PT.

Mas é fato que seu governo, o verdadeiro maior derrotado em 2002, foi problemático. O relacionamento com a Assembléia Legislativa era tumultuado e o poder executivo não teve maioria na casa durante a maior parte de seus quatro anos.

Um dos momentos mais tensos foi a negociação em torno da instalação de uma fábrica da Ford em território gaúcho. Olívio não aceitou as condições impostas pela multinacional, as quais julgou desvantajosas para o Estado, e a empresa acabou se transferindo para a Bahia. Denúncias de envolvimento de membros do seu governo com o jogo do bicho também minaram a administração petista no Estado. Olívio, no entanto, é considerado um homem de honestidade pessoal inatacável.

Fundador do PT
Olívio de Oliveira Dutra nasceu em 10 de junho de 1941 em Bossoroca, no interior gaúcho. É casado desde 1968 com Judite Dutra e tem dois filhos, Espártaco e Laura. Graduado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi professor de inglês e aposentou-se como funcionário do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), onde ingressou em 1961.

Olívio é um dos fundadores do PT. As fotos do primeiro encontro nacional da sigla, em 1980, de que participou o historiador Sérgio Buarque de Holanda, trazem Olívio ao lado de Lula na mesa. Em 1982, o petista gaúcho concorreu pela primeira vez ao governo do Estado. Conseguiu 50.713 votos. No ano seguinte, ajudou a fundar a CUT (Central Única dos Trabalhadores).

A primeira vitória nas urnas veio em 1986, quando Olívio se elegeu deputado federal. No Congresso, trabalhou junto com o então deputado Luiz Inácio Lula da Silva, também em primeiro mandato parlamentar, na nova Constituição.

Já presidente nacional do PT, Olívio foi eleito prefeito de Porto Alegre em 1988, mesmo ano em que Luiza Erundina ganhou em São Paulo e o partido começou a ser encarado com uma força política relevante (confirmada no ano seguinte com a ida de Lula ao segundo turno da eleição presidencial, contra Fernando Collor).

A marca da gestão de Olívio na prefeitura da capital foi a instituição do Orçamento Participativo, que passou a ser uma das bandeiras programáticas das campanhas petistas em nível local. Nele, assembléias de moradores decidem as prioridades para os gastos do poder público.

A administração de Olívio inaugurou uma hegemonia de 16 anos do PT à frente da capital gaúcha, quebrada por José Fogaça somente em 2004.

Em 1994, Olívio foi derrotado na disputa pelo governo estadual para o peemedebista Antônio Britto; a revanche veio quatro anos depois, numa vitória apertada em segundo turno.

Em 2005, após dois anos e meio como ministro das Cidades no governo Lula, Olívio se elegeu presidente do PT gaúcho com 86% dos votos. Em junho de 2006, o ex-governador sai em busca do poder perdido pelo PT sulista em condições de empate técnico, nas pesquisas, com o sucessor Germano Rigotto (PMDB).








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