Nome: Alceu de Deus Collares
Data de nascimento: 12 de setembro de 1927
Local: Bagé (RS)
Partido: PDT
Tempo de partido: Desde 1981
Partidos anteriores: PTB (pré-1964) e MDB
Formação profissional: bacharel em direito
Cláudio de Souza
Da Redação
Em São Paulo
O PDT tenta voltar ao governo do Rio Grande do Sul com um de seus políticos mais tarimbados: Alceu Collares, que já ocupou o Palácio Piratini, foi prefeito de Porto Alegre e emplacou cinco mandatos de deputado federal.
O candidato diz ter a fórmula para reconquistar o poder nos pampas: "O PDT tem mais de 215 mil filiados. Se cada um conseguir 12 ativistas que defendam nossas idéias, vamos eleger o governador e um grande número de deputados", disse Collares a militantes, em maio.
"Quero debater todas as propostas com o povo gaúcho. Sempre administrei com programas elaborados com a participação popular, tanto no governo como na prefeitura de Porto Alegre", completou.
A receita de Collares também passa por bater forte no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme figurino adotado nacionalmente pelo PDT contra seu aliado de outras épocas.
O pedetista perdeu a última eleição majoritária que disputou. No segundo turno da eleição porto-alegrense de 2000, foi derrotado por Tarso Genro: teve 282.575 votos (36,49%), contra 491.775 (63,51%) do petista.
Político que iniciou sua carreira no fatídico ano de 1964 (como vereador em Porto Alegre, pelo PTB janguista), Collares militou no MDB, elegendo-se deputado federal em 1970, 1974 e 1978 —nesta última eleição, teve cerca de 120 mil votos e liderou o partido no Congresso.
Mas quando o MDB ganhou um "P" e virou PMDB, em 1980, Collares optou por seguir o caminho trabalhista e brizolista. Ingressou no PDT, sigla criada por Leonel Brizola após perder o nome PTB para Ivete Vargas.
Em 1985, elegeu-se prefeito de Porto Alegre. A derrota do partido no pleito seguinte abriria um prolongado período de comando petista na capital gaúcha. Na eleição majoritária de 1990, quando o Estado era governado por Pedro Simon (PMDB), Collares emplacou como governador, recebendo 2.319.400 votos no segundo turno. Foi claramente beneficiado pelo chamado "voto útil", já que teve quase 1 milhão de votos a mais que no primeiro turno - enquanto seu adversário, Nelson Marchezan (do extinto PDS), conseguiu pouco mais de 100 mil novos votos, ficando com um total de 1.472.356 sufrágios.
A volta para a Câmara dos Deputados aconteceu em 1998, quando ele se elegeu deputado federal pela quarta vez. Em parte graças à visibilidade da campanha municipal em 2000, quando surpreendeu ao chegar ao segundo turno contra o PT, o pedetista foi reeleito em 2002.
Alceu de Deus Collares nasceu em Bagé. Tem 69 anos, é casado com Neuza Canabarro, sua antiga secretária de Educação e hoje vereadora da Capital, e tem dois filhos. De origem pobre, trabalhou como quitandeiro, carteiro e telegrafista, até conseguir completar o curso de direito e ingressar na política.