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Vladimir Palmeira

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Nome: Vladimir Gracindo Soares Palmeira

Data de nascimento: 11 de dezembro de 1944

Local: Maceió (AL)

Partido: PT

Tempo de partido: Desde a fundação, em 1980

Partidos anteriores: nenhum

Formação profissional: economista

Boicotado em 1998, petista agora é candidato

Cláudio de Souza
Da Redação
Em São Paulo

A candidatura do ex-deputado Vladimir Palmeira ao governo do Rio de Janeiro traz à lembrança um momento amargo da história do PT fluminense.

Em 1998, Luiz Inácio Lula da Silva concorreu a presidente com Leonel Brizola (PDT) de vice. Fazia parte do acordo entre os partidos a inversão de chapa no Rio, com Anthony Garotinho candidatando-se a governador e Benedita da Silva, a petista, a vice.

O arranjo estadual se provaria vitorioso nas urnas (ao contrário da chapa lulo-brizolista), mas teve de passar por cima de uma decisão do diretório fluminense do PT, que optara por lançar Palmeira candidato a governador.

Lula e outros caciques petistas comandaram a operação, que acabou dando a Benedita alguns meses à frente do Palácio da Guanabara em 2002, mas já numa situação de racha com Garotinho. Muitos analistas acreditam que a intervenção de 1998 corroeu o PT fluminense --que sempre foi medíocre nas urnas-- de modo quase irrecuperável.

Uma ironia: um dos executores da intervenção federal que desbancou a candidatura de Palmeira foi José Dirceu --nascido para a política nos anos 1960, no mesmo caldo de cultura que Palmeira e que, também em 1998, lançou o livro "Abaixo a Ditadura", escrito a quatro mãos com... Vladimir Palmeira.

A ferida aberta há oito anos pode ser fechada agora com a candidatura ao governo, cujos preparativos marcaram o final de um silêncio quase absoluto guardado por Palmeira desde a crise com o PT federal.

O que não deve ter sido fácil para alguém com seu currículo. Nascido em 11 de dezembro de 1944 em Maceió, Vladimir Gracindo Soares Palmeira é membro de uma família tradicional na política alagoana. Seu pai foi deputado constituinte em 1946 e permaneceu no Congresso, sempre pela UDN, até 1968, quando morreu. Um irmão de Vladimir, Guilherme, governou o Estado.

Militante de esquerda desde os 16 anos, Palmeira foi um dos mais famosos líderes estudantis de 1968. Entre outras aventuras, ajudou a organizar a chamada "Passeata dos 100 Mil", foi preso várias vezes (embora ressalve que jamais foi torturado) e acabou trocado pelo embaixador americano seqüestrado pela luta armada. Viveu o exílio na Europa.

Filiou-se ao PT e, nele, destaca-se ao lado de Dirceu como um dos poucos militantes cujas origens estão no imediato pós-1964 e no movimento estudantil --e não nas fábricas e sindicatos ou na academia.

Hoje, Palmeira demonstra entusiasmo pela disputa ao governo, e chega a ver um cenário favorável ao PT: "defendemos uma coligação de esquerda e temos condições de ganhar o governo", afirmou ele no lançamento da candidatura ao Senado de Jandira Feghali (PC do B). Na avaliação de Palmeira, a liderança dos Garotinho se esvaziou, e os seguidores do prefeito carioca Cesar Maia não têm uma opção real para o Palácio Guanabara.

A "coligação de esquerda" a que Palmeira se referia afinal ganhou forma no final de junho, e um acordo reuniu dois tradicionais aliados petistas, o PC do B e o PSB, em torno da candidatura do ex-deputado ao governo do Estado.








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