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Aécio Neves

Folha Imagem

Nome: Aécio Neves da Cunha

Data de nascimento: 10 de março de 1960

Local: Belo Horizonte (MG)

Partido: PSDB

Tempo de partido: Desde 1991

Partidos anteriores: PMDB

Formação profissional: economista

Aécio Neves mira 2010, após reeleição quase certa

Cláudio de Souza
Da Redação
Em São Paulo

Em outubro, quando Minas Gerais começar a somar os votos da eleição estadual, vai também, em larga medida, inaugurar a campanha presidencial de 2010. A razão disso tem nome e sobrenome: Aécio Neves, atual governador, candidato à reeleição pelo PSDB e peça crucial do xadrez político nacional dos próximos anos.

A vitória de Aécio no primeiro turno em Minas já era dada como certa por analistas políticos mesmo antes de as pesquisas eleitorais colocarem o governador na faixa dos 70% das intenções de voto -- índice ainda não alcançado por outros candidatos nas disputas estaduais deste ano, e obtido pelo presidente Lula apenas em alguns pontos do Nordeste.

Tal índice de preferência confirma o cacife de Aécio para uma disputa mais importante que a mineira: a Presidência da República, um objetivo que ele começou a perseguir desde quando seu avô, Tancredo Neves, se preparava para conquistar e ocupar o Palácio do Planalto após um prolongado período de ditadura militar. Escolhido para o posto, Tancredo adoeceu antes da posse e, morto, foi substituído por José Sarney em 1985.

Aos 46 anos, Aécio é descrito pela mídia como um cardeal tucano. É possível que ele já tenha o mesmo peso nas decisões do partido que o outrora mais vistoso pássaro do ninho, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Pelo menos na imagem que ficou para a história, Aécio participou da unção de Geraldo Alckmin como candidato presidencial do PSDB em 2006.

Teria sido esta uma escolha para o ano presente ou para o futuro -- futuro dele, Aécio, em 2010?

Recentes rumores de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem tenta esconder sua simpatia por Aécio, no sentido de que gostaria de tê-lo como um dos candidatos a presidente em 2010 e, mais ainda, como um ponto de convergência entre PT e PSDB, apenas confirmam o poder do político mineiro.

Na eleição local, Aécio parece não ter adversário perigoso. E seria difícil que tivesse: em março, cerca de 700 dos 853 prefeitos mineiros subscreveram um manifesto pedindo que Aécio tentasse a reeleição ao governo, e não um mandato de senador. Prefeitos petistas defenderam publicamente a dobradinha Lula-Aécio. Declararam apoio a Aécio as seções estaduais de PFL, PTB e PP.

O fato de Aécio ser do PSDB não impedirá que Lula tenha uma boa votação no Estado -- como costuma ter. Minas é o 2º maior colégio eleitoral do Brasil, com 13.615.380 eleitores. Atualmente, são mineiros 10,9% de todos os votos brasileiros. Para ganhar uma eleição nacional, faz bem contar com Minas.

Aécio da Cunha Neves, neto de Tancredo por parte de mãe e de outro político influente em Minas, Tristão da Cunha, por parte de pai, conquistou o Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, com uma cesta de 5,3 milhões de votos obtidos já no primeiro turno da eleição de 2002 (cerca de 58% dos votos válidos).

Ele tinha atrás de si uma carreira política que começou aos 22 anos, pelas mãos de Tancredo, então governador, que o nomeou seu secretário particular. Em 1986, um ano após a "não-posse", doença e morte do avô, Aécio se elegeu deputado federal pela primeira vez, ainda pelo PMDB.

Foi constituinte em 1988, e obteve reeleições em 1990, 1994 e 1998, já pelo PSDB. Em 2000, assumiu a presidência da Câmara dos Deputados.

No governo de Minas, anunciou o "déficit zero" nas contas estaduais, em novembro de 2004. Tal resultado partiu de um caixa negativo de R$ 2,4 bilhões, em janeiro de 2003.

À época, num artigo de jornal, Aécio escreveu: "na administração pública, fazer mais com menos significa, antes de mais nada, gastar menos com o Estado e mais com o cidadão (...). Não houve mágica para chegar a esse resultado. Adotou-se uma estratégia batizada de choque de gestão" -- a qual, resumidamente, incluiu cortes no pessoal e um aperto na fiscalização dos gastos governamentais. Qualquer semelhança com a atual retórica de campanha de Alckmin não será mera coincidência.

Opositores de Aécio na Assembléia Legislativa e nos sindicatos mineiros reagiram chamando o governador de "Aécio Zero" e afirmando que a alardeada conquista do governador era uma "farsa", uma "promoção pessoal", além de acusá-lo de gastar mais com publicidade do que com habitação, saneamento e cultura. Segundo seus críticos, Aécio também "persegue" os jornalistas que falam mal de seu governo.

Enquanto vai nadando de braçada na política, o desimpedido e jovem Aécio -- que tem uma filha adolescente -- é também um queridinho das revistas de celebridades e fofocas. Considerado galã, conquistador, dono de hábitos boêmios e interessado por loiras, o governador foi recentemente debitado na conta sentimental da bela atriz Ana Paula Arósio. Que, aliás, é morena.








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