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18/09/2006 - 20h51

No Amapá, Ministério Público quer a cassação de candidato ao governo da coligação de Sarney

Larissa Guimarães
Em São Paulo
O MPE-AP (Ministério Público Eleitoral) do Amapá quer multa e cassação para o governador do Amapá Waldez Góes (PDT), candidato à reeleição, que encabeça a coligação União pelo Amapá (PDT, PP, PMDB, PV, PSC e Prona) com o senador José Sarney (PMDB), também candidato à reeleição. Góes é o primeiro colocado em pesquisas de opinião.

O Ministério Público entrou com uma representação contra Waldez nesta segunda-feira (18/9) por captação ilícita de sufrágio (compra de votos) e uso da máquina pública. Na representação, o MPE pede a aplicação de multa e a cassação do registro ou diploma.

Segundo o Ministério Público, Waldez Góes promoveu "almoçomícios" - misto de almoço e comício - com distribuição de refeições (feijoada, arroz e farofa, acompanhada de refrigerantes) nos dias 14 e 28 de agosto. Houve a distribuição de pelo menos duzentas refeições em cada almoço. As imagens dos eventos foram registradas em vídeo e acompanham a representação.

No almoço promovido no dia 14, foram usadas as instalações físicas, os utensílios da cozinha e os serviços das merendeiras e da diretora de uma escola pública estadual para o preparo da feijoada servida, de acordo com o MPE.

Os alunos e professores da escola foram dispensados da aula para participar do almoço e a própria diretora da escola organizou filas para a distribuição da feijoada e de refrigerantes.

O MPE afirma que outro almoço, realizado no dia 27, foi organizado por servidores públicos estaduais. O governador Waldez Góes compareceu em ambos os eventos, onde discursou e pediu votos.

"Sem dúvida alguma, a doação das refeições pelo ora representado impacta no ânimo do eleitor na hora de decidir em quem votar, além de flagrantemente desequilibrar o pleito, haja vista que nem todos os candidatos possuem capacidade econômica de realizar evento semelhante", afirma o procurador regional eleitoral, Paulo Roberto Olegário de Sousa, na representação.

O coordenação de campanha do candidato à reeleição Waldez Góes informou que o pedetista não foi notificado ainda e, por isso, não se pronunciaria nesta segunda. O governador deve divulgar um pronunciamento sobre o caso na próxima terça-feira (19/9).