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09/10/2006 - 00h22

Garcia critica postura de Alckmin,Tasso diz que Lula foi omisso

Por Carmen Munari e Fernanda Ezabella

SÃO PAULO (Reuters) - O coordenador da campanha do PT, Marco Aurélio Garcia, classificou como falsa a postura agressiva do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), demonstrada no debate de domingo. Para Tasso Jereissati, presidente do PSDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu esclarecer as questões éticas.

"Não faz parte dele essa agressividade. Ele não tem essa agressividade, nem intelectual nem política", disse Garcia a jornalistas após o programa, ainda na sede da Rede Bandeirantes.

Por isso, ele duvida que esta estratégia do adversário será repetida nos próximos debates. Garcia disse ainda que Lula se saiu bem e foi seguro.

Para o senador Jereissati, "ficou claro porque ele (Lula) não veio aos debates. Primeiro, porque não está preparado para debates, segundo, porque não tem como responder uma série de perguntas que o Brasil todo questiona e que tem a ver com a questão ética e que ficou em aberto. Acho que o candidato Alckmin realmente colocou o presidente Lula numa situação muito difícil".

Em geral, foi consenso entre petistas que Alckmin, que atacou Lula na maior parte do programa principalmente sobre os escândalos de corrupção, trouxe um discurso pronto.

"A diferença que existe entre os dois me pareceu muito clara. O governador Alckmin me pareceu mais programado, traz seu discurso mais decorado, mais brifado. O presidente, que tem os dados na cabeça, tem uma capacidade muito maior de improvisação", disse o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça).

A coordenadora da campanha de Lula em São Paulo, Marta Suplicy, disse que Alckmin demonstrava que passou por um treino prévio ao debate. Para ela, o presidente, "sem agressividade, mostrou que conhece bem o Brasil".

O governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), disse que a campanha de Alckmin não deve apresentar grandes alterações.

"Não acho que terá uma mudança brusca, vai ser uma batalha que será encerrada no dia da votação. Não haverá nenhum salto diferente, brusco, vai ser um trabalho de conquista metro a metro, dia a dia, hora a hora, até chegar à vitória", afirmou.