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28/09/2006 - 23h45

No segundo bloco, Cristovam diz que faltar a debate é corrupção

Da Redação
Em São Paulo
No segundo bloco do debate na TV Globo, os candidatos fizeram perguntas entre si com tema livre. O principal assunto foi a corrupção.

Geraldo Alckmin perguntou qual seria a proposta de Cristovam Buarque para combater a corrupção. O senador respondeu que é preciso ampliar o conceito de corrupção. "Faltar a um debate é uma forma de corrupção", disse, referindo-se a Lula. O candidato do PDT disse que suas propostas são fazer com que o crime de corrupção seja hediondo, acabar com a reeleição e reduzir em 50% os cargos comissionados.

Na réplica, Alckmin afirmou que Lula é duro com trabalhadores como o caseiro Francenildo Costa, mas é fraco com o crime de colarinho branco. O tucano citou com exemplo o fato de o governo não ter esclarecido de onde veio o dinheiro do dossiê, 13 dias depois das denúncias: "O desapreço pela democracia e ausência do debate é uma visão autoritária, de alguém que tem medo de prestar contas à população".

Na tréplica, Cristovam chamou os telespectadores a provocar o segundo turno em nome da democracia. "E se dez dias depois descobrirmos que tinha dinheiro de campanha na compra do dossiê, e Lula for eleito no primeiro turno?", perguntou o candidato.

Ex-petistas

A segunda pergunta também serviu a mais críticas ao presidente. Cristovam Buarque perguntou a Heloísa Helena o que os dois ex-petistas poderiam fazer para despertar na militância do partido "o gosto da mudança, a revolução".

A senadora do PSOL lembrou que não saiu do PT, mas foi expulsa porque não teria aceitado que "o governo acobertasse a corrupção do governo Fernando Henrique Cardoso". "O governo Lula, ao invés de apresentar ao Brasil os crimes, se acovardou e passou a praticar a mesma corrupção", disse.

Na réplica, o candidato do PDT pediu novamente, desta vez dirigindo-se aos militantes do PT, o segundo turno para "garantir uma eleição limpa e sem suspeição". Heloísa comentou dizendo que a esquerda não acabou com a corrupção no PT. "Uma das coisas mais especiais da nossa candidatura é que não autorizamos ao governo Lula e seu bando político liquidar a esquerda socialista", disse a senadora.

Em seguida, Heloísa tentou fazer uma pergunta a Lula, mas não houve tempo. A candidata gastou os 40 segundos dizendo que "quem se sente muito agredido pelo banditismo político é o povo brasileiro", referindo-se ao argumento do presidente para não comparecer ao debate.

Segurança pública

A última pergunta do bloco coube à senadora do PSOL. Depois de dizer que PT e PSDB teriam a obrigação de reconhecer a culpa pela grave situação da segurança pública, a candidata perguntou a Alckmin qual seria a sua proposta para a área.

O tucano citou diversos feitos de seu governo em São Paulo, como a redução de todos os índices de criminalidade. O candidato disse que pretende modificar a lei de execuções penais e fortalecer a polícia de fronteira para combater o tráfico de drogas e o contrabando de armas.

Na réplica, Heloísa afirmou que vai reprimir de forma implacável os chefes do crime organizado, inclusive "aqueles que estão nos palácios". A candidata disse também que implementará políticas sociais que minimizem o risco de os jovens ingressarem no crime.

Na tréplica, Alckmin denunciou a lentidão do governo federal para concluir apenas uma penitenciária, e o corte pela metade do repasse de recursos da segurança para os Estados. "É preciso coragem moral para poder enfrentar o problema da criminalidade, é preciso dar o exemplo e começar pelo governo", disse.