O terceiro bloco do debate dos candidatos à Presidência da República continuou com as questões entre Alckmin, Cristovam Buarque e Heloísa Helena. Não houve confronto. Os ataques ao presidente Lula marcaram perguntas e respostas dos presidenciáveis, que debateram na TV Gazeta nesta quarta-feira (13/09).
Heloísa Helena (PSOL) abriu o bloco, pedindo a Cristovam Buarque mais informações sobre seu modelo de educação infantil.
Cristovam defendeu a descentralização administrativa e mais recursos, conforme prevê --disse ele-- lei da senadora Heloísa Helena. "Criamos uma demanda por educação, que ainda precisa pressionar o poder público por orçamento", afirmou o candidato. "Os setores organizados conseguem isso, mas as pessoas mais pobres não".
A senadora do PSOL agradeceu pela citação de lei que ela elaborou. "Agradeço de coração ao professor Cristovam. O governo Lula tentou impedir mais recursos à educação básica".
Cristovam disse em sua tréplica que a educação é um vetor transformador, "da mesma forma que há alguns anos era a política econômica. Nenhuma criança terá educação diferente daoutra do ponto de vista dos recursos disponíveis".
Na seqüência, Alckmin perguntou a Heloísa helena como ela vê a agricultura brasileira, "que enfrenta a grave crise".
Heloísa Helena afirmou que o Brasil tem um gigantesco potencial de áreas agricultáveis. Defendeu a reforma agrária para reduzir a desigualdade e estimular a agricultura de exportação. Para a senadora, juros altos e câmbio baixo aprofundam a crise da agricultura. "O governo não repactua o saldo devedor de grandes ou pequenos produtores". A senadora propôs destinar a agricultura à demanda interna e à conquista de nichos comerciais internacionais.
Alckmin respondeu que também defende a reforma agrária, mas que não vai tolerar "invasão de terra". O tucano também defendeu o apoio à agricultura familiar. "Como governador, criei o seguro para os pequenos produtores".
Heloísa Helena afirmou que, em eventual governo dela, não haverá invasão. "Eu vou fazer reforma agrária, vamos alterar a polítca econômica e evitar a podridão do mundo da política como os sanguessugas".
A seguir, Cristovam Buarque criticou Lula, afirmando que o presidente faz "boca de urna com dinheiro público".
Geraldo Alckmin qualificou a suposta boca de urna como retrocesso. Há um mau exemplo, estamos voltando à idade da pedra com o aparelhamento do governo federal, um governo que não funciona, não se presta conta do dinheiro que sumiu", disse Alckmin, em referência ao suposto uso de verbas federais para a confecção de cartilhas sobre o partido de Lula, o PT.
O senador do PDT afirmou que Lula faz "pacotes de boca de urna", que Cristovam explicou serem projetos que deveriam ter sido feitos há quatro anos. Nesta terça-feira (12), o presidente lançou um conjunto de medidas para estimular o financiamento da casa própria.
Pouco depois, Heloísa Helena questionou Alckmin sobre segurança pública, atribuindo aos governos do PSDB e do PT a responsabilidade pela atual crise do setor, sobretudo no Estado de São Paulo.
Geraldo Alckmin resumiu suas realizações como governador de São Paulo para a área: "Construímos várias penitenciárias, quando Beira-Mar não tinha onde ser colocado, ficou mais de dois anos em Presidente Bernardes. O Carandiru só existe em filmes. Não vou me omitir e trabnalhar firme, mudar a legislação, que é federal", disse Alckmin que prometeu endurecer a lei de execuções penais para envolvidos no crime organizado.
Heloísa Helena disse que pretende implantar um sistema único de segurança pública e investir nos salários dos policiais.
Alckmin ainda citou o caseiro Francenildo Costa, cujo sigilo bancário foi quebrado numa manobra atribuída ao ex-ministro Antonio Palocci, para afirmar que o governo do presidente Lula é violento contra o caseiro, um "nordestino pobre", e brando com os "grandes corruptores".
A seguir, o tucano perguntou a Cristovam qual é sua proposta para a saúde. "Um povo educado adquire saúde", disse o senador, que declarou ter um grande programa de saneamento básico.
Cristovam Buarque perguntou a Alckmin se já existe um entendimento entre setores do PT e do PSDB, para depois da eleição, com a provável vitória de Lula.
Alckmin repetiu que a eleição está começando. "Agora é que se começa a formar convicção. Vamos ter segundo turno. O outro candidato não vai poder fugir", disse, em referência ao presidente Lula.
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