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14/08/2006 - 22h27

Cadeira vazia marca lugar de Lula no primeiro debate na TV

Cris Gutkoski
Da Redação, em São Paulo
Realizado pela Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, o primeiro debate entre os candidatos à Presidência foi marcado pela ausência do líder nas pesquisas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição.

O mediador do debate, o jornalista Ricardo Boechat, afirmou na abertura do primeiro bloco que o presidente havia comunicado à Bandeirantes que não compareceria. Uma cadeira vazia assinala, na bancada dos presidenciáveis, a notável ausência do candidato petista.

No primeiro bloco, Boechat fez uma pergunta comum aos cinco participantes: que escolhessem entre desejos dos eleitores como "mais emprego, mais educação, mais saúde e menos corrupção" e indicassem soluções concretas, de preferência originais, como primeiras medidas de seu governo.

Luciano Bivar, do PSL, disse que, para dar emprego, é preciso formalizar a classe trabalhadora com ajuda da reforma tributária. Segundo ele, com o imposto único em cima de uma alíquota de 1.7% os impostos federais que prejudicam a geração de empregos seriam substituídos.

O candidato tucano Geraldo Alckmin fez suas primeiras críticas ao adversário Lula: "Nossa prioridade absoluta é resgatar a esperança. Sentimos a população desencantada com corrupção, desvio de dinheiro em ministérios, com má gestão", afirmou. Alckmin estabeleceu duas "prioridades absolutas": um projeto nacional de desenvolvimento com emprego, renda e trabalho e a qualidade da escola pública.

Cristovam Buarque voltou a destacar a educação, segundo ele, "o único dos problemas que é solução para os outros, o único meio de fazer a revolução". "Violência tem a ver com falta de educação", disse, prometendo, se eleito, contratar 400 mil professores e 30 mil operários para construírem as escolas.

José Maria Eymael, do PSDC, afirmou que "o Brasil vive hoje luta do mal contra o mal". O mal do governo FHC, que aumentou a carga tributária e produziu desemprego, e o mal do governo atual, que, segundo ele, além de copiar o anterior, retirou a esperança da população. "Minha proposta central é transformar Estado de senhor em servidor", disse, repetindo o bordão da campanha. "O primeiro objetivo é fazer esse país crescer".

A candidata do PSOL, Heloísa Helena, foi a única a mencionar a ausência de Lula, com "tristeza e indignação". "Não aceito que a arrogância o faça pensar que é maior do que os outros candidatos, porque ele não é". Heloísa citou a "roubalheira do seu governo", referindo-se a Lula, e disse que dois setores irão perder, se ela for eleita: os banqueiros e os políticos corruptos.

Foram convidados os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (PSOL), Cristovam Buarque (PDT), José Maria Eymael (PSDC) e Luciano Bivar (PSL).

Segundo a emissora, o número de participantes do debate, que excluiu o candidato do PCO, Rui Pimenta, foi decido em acordo entre os assessores dos partidos durante as reuniões preparatórias do evento.

O debate tem cinco blocos, com mediação do jornalista Ricardo Boechat. No quarto bloco, participam também com perguntas os jornalistas Franklin Martins, José Paulo de Andrade e Joelmir Beting.