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01/06/2006 - 20h14

Freire diz que PSDB e PFL "não são santos", mas confirma apoio a Alckmin

Larissa Morais
Em São Paulo

Lula Marques/FI - 18.abr.06

Freire em convençãodo PPS em Brasília

Freire em convenção
do PPS em Brasília

A executiva nacional do PPS decidiu nesta quinta-feira (1/6) apoiar a pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência. O deputado Roberto Freire (PPS) já havia desistido de concorrer esta semana.

Segundo Freire, as razões para a retirada da pré-candidatura foram a verticalização, a cláusula de barreira e a falta de alianças. A coligação com PDT e PV não se concretizou.

O partido avaliou que uma candidatura isolada traria problemas, principalmente porque inviabilizaria alianças nos Estados. "A verticalização é uma violência, não é um instrumento democrático", disse Freire ao UOL. Para ele, a regra será responsável pela pouca quantidade de candidatos ao Palácio do Planalto.

A reunião da direção do PPS decidiu também indicar à convenção nacional o apoio informal a Alckmin. Freire afirma que a razão para não haver aliança oficial entre os dois partidos é a diferença nos Estados, que reivindicam maior liberdade para as coligações. Ele nega que tenha havido negociação com Alckmin na quarta.

Quando lançou sua pré-candidatura, Freire afirmava haver uma falsa polarização entre PT e PSDB. O deputado também dizia que o PPS defenderia em sua campanha uma alternativa ao neoliberalismo.

Hoje, Freire diz que a situação é outra. Alckmin estaria aberto ao debate e a contribuições. O apoio do PPS seria conseqüência de indícios de mudanças em relação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "Não podemos omitir que Lula deu continuidade ao governo do PSDB, mas Alckmin aponta para uma política econômica diferente", afirma.

Para o deputado, a pré-candidatura de Alckmin está em disputa porque o tucano tem priorizado, na elaboração do programa, a ala desenvolvimentista do PSDB, excluída no governo de Fernando Henrique Cardoso. O apoio do PPS somaria forças a este esforço de direcionar o perfil da candidatura.

Além das diferenças na política econômica, para Freire a eleição presidencial será marcada pelo embate entre o ético e o amoral. A pré-candidatura do PSDB seria um pólo para tentar restaurar valores republicanos e democráticos.

Ele diz reconhecer que houve corrupção no governo FHC, mas os escândalos do governo Lula teriam proporção maior: "Assinei todos os pedidos de CPI no governo do PSDB, sei que eles não são santos. Mas nunca houve nada como a corrupção neste governo, uma quadrilha assaltando o Estado".

O ex-comunista nega que o apoio a Alckmin seja a opção pelo mal menor. "Não é todo o bem que eu gostaria, mas é o combate mais conseqüente contra um governo corrupto, fraudulento e que reúne o pior da direita", afirmou o deputado.