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Rui Costa Pimenta

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ÁLBUM DE FOTOS

Nome: Rui Costa Pimenta

Data de nascimento: 25 de junho de 1957

Local: São Paulo (SP)

Partido: PCO

Tempo de partido: desde 1996

Partidos anteriores: PT

Formação profissional: jornalista e tradutor

Rui Pimenta vê direita e mídia apoiando Heloísa Helena

Larissa Morais
Da Redação
Em São Paulo

Na eleição presidencial de 2002, os dois únicos candidatos de partidos nanicos eram da extrema-esquerda. Enquanto José Maria de Almeida (PSTU) denunciava insistentemente os "perigos" da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), Rui Costa Pimenta (PCO) apresentava a proposta de salário mínimo de R$ 1.500. Pimenta também se tornou conhecido pelo bordão "quem bate cartão, não vota em patrão", que sintetiza a concepção de seu partido de uma sociedade dividida em classes, irreconciliáveis entre si.

O tradutor e jornalista Rui Costa Pimenta, 49, candidato pela segunda vez à Presidência da República pelo PCO, está no partido desde sua fundação, em 1996. Militante da esquerda há 30 anos, orgulha-se de manter até hoje a crença nos ideais marxistas e trotskistas.

Sua candidatura, como em 2002, quando obteve apenas 34 mil votos e ficou em último lugar, tem o objetivo de divulgar o programa do partido e não, ele afirma, "obter vantagens". "O resultado eleitoral não resulta exatamente da vontade dos eleitores, pois dinheiro e exposição na mídia influenciam", afirma.

Como no pleito anterior, o PCO novamente sairá sozinho na eleição deste ano. Desta vez, as críticas à outra candidatura da esquerda radical, a de Heloísa Helena, são mais duras. Segundo Pimenta, apesar do acordo entre PSOL, PSTU e PCB quanto à defesa da suspensão do pagamento da dívida externa e do rompimento com o imperialismo, a chamada "frente de esquerda" estará subordinada às vontades de Heloísa.

"As candidaturas da esquerda deveriam ser fruto das lutas dos trabalhadores, mas a escolha de Heloísa se deveu ao apoio de outros partidos, da direita e da mídia capitalista", acredita Pimenta. Para ele, apesar das divergências com Zé Maria (PSTU) em 2002, esta candidatura adversária teria sido "realmente de esquerda", ao contrário da de Heloísa Helena, que "condenou a invasão do MLST à Câmara e é amiga de Romeu Tuma e Mão Santa".

A respeito dos maiores adversários, Geraldo Alckmin (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Pimenta diz que os tucanos lançaram uma candidatura para perder e eleger o petista no primeiro turno. "A situação é crítica, por isso os empresários e banqueiros precisam manter Lula em razão da autoridade e do controle que ele tem sobre os trabalhadores e suas organizações", afirma.

O lema da campanha de Pimenta será "trabalho, salário e terra", e o bordão de 2002 será mantido. Além de pontos do programa anterior, como o não-pagamento da dívida externa, o PCO privilegiará a denúncia da reforma trabalhista. Segundo Pimenta, Lula não deixará claro em sua campanha, mas pretende aprovar a "retirada de direitos dos trabalhadores" num possível segundo mandato.

A expulsão do PT
Pimenta começou na política na universidade, militando no braço estudantil da Organização Socialista Internacionalista, a trotskista Libelu (Liberdade e Luta), mesma corrente do ex-ministro Antonio Palocci até o final da década de 80. Seu grupo rompeu com a OSI em 1979, ingressou no PT em 1980, e apoiou a criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1983.

Sua nova corrente tornou-se conhecida pelo nome do jornal, "Causa Operária".

Pimenta foi assessor de imprensa da prefeitura de Osasco (SP), da CUT Estadual São Paulo, do Sindicato dos Químicos de São Paulo e outras entidades sindicais. Foi também diretor da CUT Regional Grande São Paulo.

Em 1991, a Causa Operária foi expulsa do PT pela direção do partido. Os conflitos tiveram início na eleição presidencial de 1989, quando a tendência condenou a política de alianças do PT com outras siglas e foi contra a indicação do José Paulo Bisol (ex-PMDB, então no PSB) para vice de Lula. Em 1992, a corrente começou a criticar as mudanças de rumo do PT, denunciando supostos ataques da gestão de Luiza Erundina (prefeita de São Paulo) contra o movimento dos condutores rodoviários.

O PCO obteve registro no TSE em 1996. Três anos depois, Pimenta disputou a eleição para deputado federal, obtendo 1.160 votos. Em 2000, concorreu à Prefeitura de São Paulo. Teve 870 votos.

Casado com a carteira Anaí Caproni (candidata do PCO ao governo de São Paulo), tem três filhos. A filha mais velha, Natália, também é militante do partido. Atualmente, é editor e jornalista responsável da publicação "Causa Operária", do PCO.

Filho de jornalista, Pimenta formou-se em jornalismo pela Fundação Casper Líbero e não chegou a completar o curso de letras na USP (Universidade de São Paulo). Antes, viveu na Inglaterra por dois anos, onde fez parte do curso secundário em uma escola experimental chamada Brockwood Park, ligada à Fundação Krishnamurti.

Seu avô, João Jorge Costa Pimenta, foi um importante dirigente do anarco-sindicalismo, do PCB e da Liga Comunista do Brasil (seção brasileira da 4ª Internacional, ligada a Leon Trotsky) na primeira metade do século 20. O presidenciável do PCO foi professor de inglês e atua como tradutor de inglês, francês, espanhol e italiano, além de jornalista em algumas áreas técnicas.








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