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Cristovam Buarque

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ÁLBUM DE FOTOS

Nome: Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque

Nascimento: 22 de fevereiro de 1944

Local: Recife (PE)

Partido: PDT

Tempo de partido: nove meses

Partidos anteriores: PT

Formação profissional: engenheiro mecânico, doutor em economia, professor universitário

Cristovam ainda prega Abolição. Do 'apartheid social'

Larissa Morais
Da Redação
Em São Paulo

Um abolicionista "educacionista" do apartheid social. Assim se define politicamente Cristovam Buarque, pré-candidato à Presidência pelo PDT. Para o senador, o neoliberalismo teria provocado uma regressão política. "É pena que, em pleno século 21, eu tenha de me identificar mais com Joaquim Nabuco do que com Che Guevara", diz.

A pré-candidatura foi aprovada pela executiva nacional do PDT no dia 15 de maio. O ex-ministro disputava a vaga com o também senador Jefferson Peres (AM), o ex-governador Ronaldo Lessa (AL) e o professor Bautista Vidal.

Brizolista, filiou-se ao PT
Cristovam Buarque é casado, tem 62 anos e duas filhas. Pernambucano, formou-se engenheiro mecânico em 1966, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Enquanto trabalhava numa consultoria econômica, iniciou mestrado em economia na mesma universidade, mas não defendeu a dissertação. Deixou o Recife para cursar doutorado na Sorbonne, renomada instituição francesa.

Entre 1973 e 1979, trabalhou no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no Equador, Honduras e Washington. Desde 1979, é professor da Universidade de Brasília, que dirigiu de 1985 a 1989. Foi o primeiro reitor eleito diretamente pela comunidade universitária, depois de 17 anos de intervenção militar.

Também foi consultor de organismos das Nações Unidas. Foi presidente do Conselho da Universidade para a Paz das Nações Unidas, membro do Conselho Presidencial que elaborou a proposta de Constituição (Constituinte, 1987) e integrante da Comissão Presidencial para a Alimentação, dirigida por Betinho. É membro do Instituto de Educação da Unesco.

O senador diz que já havia participado do movimento estudantil no Recife, mas iniciou de fato a militância política na UnB. Na universidade, fez campanha para Leonel Brizola na eleição presidencial de 1989. "Votei em Lula apenas no segundo turno. Sempre fui brizolista, e também admirava muito Miguel Arraes", afirma.

Em 1990, filiou-se ao PT, apesar da afinidade com Brizola. Cristovam explica que, naquela época, o PDT no Distrito Federal não era um partido estruturado - por isso a escolha do PT. "Mas nunca tive dúvida de que o PT poderia se transformar no promotor das mudanças socais de que o Brasil precisava", diz.

Em 1994 disputou sua primeira eleição, pelo PT. Venceu no segundo turno e governou o Distrito Federal de 1995 a 1998 - seu programa de maior projeção foi a criação do Bolsa-Escola. Tentou se reeleger, mas perdeu, em disputa acirrada, para o candidato Joaquim Roriz (PMDB). No segundo turno, Cristovam teve 48,25%, contra 51,74% do peemedebista.

A Organização Não-Governamental Missão Criança, a UnB e a produção literária ocuparam Cristovam de 1999 a 2002. A ONG mantém mais de mil famílias com bolsa-escola financiada pela iniciativa privada.

É autor de 20 livros, entre eles "O colapso da modernidade brasileira" e "A revolução na esquerda e a invenção do Brasil". Em 2002, foi eleito senador pelo PT com 680.715 votos e ajudou a eleger Lula.

Em 2003, Cristovam foi convidado para ser ministro da Educação, com o objetivo de realizar uma "virada da alfabetização e da educação básica". O programa Brasil Alfabetizado, lançado oficialmente em 2003, foi a "menina dos olhos" do ex-governador na pasta.

Após sua saída do ministério, o programa passou por alterações. Ao assumir a pasta em janeiro, Tarso Genro abandonou a meta de erradicar o problema.

Em janeiro de 2004, deixou o cargo. Lula o demitiu por telefone. "O governo precisava liberar cargos para acomodar o PMDB, eu incomodava, tinha outra prioridade e não era da patota", diz.

Segundo ele, o presidente teria alegado que, por ser professor, Cristovam não poderia conduzir a reforma universitária. "A desculpa de Lula para me demitir se mostrou falsa, pois a reforma foi feita de forma totalmente corporativista", afirma.

Sobre a reforma universitária conduzida por seus sucessores, diz ser absurdo o atrelamento de 75% dos recursos do MEC às instituições federais, e classifica a restrição de 30% de participação do capital estrangeiro na educação como um entrave.

Quando resolveu deixar o PT, em agosto do ano passado, chegou a cogitar não se filiar a outro partido, já que não pretendia disputar as eleições de 2006. Seria um senador "independente". O descontentamento com o PT já havia se manifestado nas duras críticas ao governo e na desobediência às determinações da bancada petista em votações no Senado. Cristovam diz não se sentir traído, mas frustrado com o antigo partido, que não teria realizado as mudanças prometidas.

Em setembro de 2005, filiou-se ao PDT, em razão de sua antiga relação com o brizolismo. "E também porque o partido, com o projeto de Darcy Ribeiro da escola integral, sempre teve a educação como carro-chefe de suas propostas", diz.








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